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PBH quer viabilizar prática de esportes náuticos na Lagoa da Pampulha, diz secretário

O secretário Leandro César Pereira participou, nesta sexta-feira (27), de uma audiência na CMBH que teve como foco discutir a recuperação do espelho d’água

A orla da Lagoa da Pampulha representa um dos maiores pontos turísticos de Belo Horizonte.

A Prefeitura de Belo Horizonte pretende tornar a Lagoa da Pampulha apta para a prática de esportes náuticos. A informação foi dada pelo secretário municipal de Obras e Infraestrutura, Leandro César Pereira.

Nesta sexta-feira (27), o secretário participou de uma audiência pública na Comissão de Meio Ambiente, Defesa dos Animais e Política Urbana da Câmara Municipal de BH (CMBH). Aos vereadores, ele explicou que a imagem de uma Lagoa da Pampulha deteriorada não corresponde à realidade atual — um cenário que, segundo a prefeitura, é muito diferente daquele registrado em 2014.

A reunião na Câmara, solicitada pelo vereador Uner Augusto (PL), teve como foco discutir a recuperação do espelho d’água. Em julho de 2024, o Ministério Público Federal (MPF) ingressou com uma ação civil pública ambiental cobrando a recuperação de um trecho de 17,4 hectares da lagoa, onde o espelho d’água desapareceu após ser completamente aterrado por empresas contratadas pela PBH.

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Segundo Leandro César, atualmente há um contrato vigente para tratamento da água, que visa manter sua qualidade dentro dos parâmetros da classe 3.

Outro contrato, ainda em desenvolvimento, trata do desassoreamento — processo contínuo de retirada de sedimentos e resíduos do fundo da lagoa. “Se deixarmos a Lagoa da Pampulha sem nenhum tipo de aporte, ela tende a morrer. Não se pode esperar que um lago urbano, sem investimentos para a qualidade da água, mantenha-se como se estivesse em uma condição natural”, pontuou o secretário.

Cobranças de Damião

O secretário reconheceu que ainda há falhas a serem corrigidas. Durante a audiência, destacou três pontos que continuam gerando desconforto:

  • O primeiro, segundo ele, não se trata de um mau cheiro proveniente da lagoa, mas sim de uma caixa de transição de esgoto da Copasa, localizada nas proximidades do Aeroporto da Pampulha. “A Companhia, neste momento, está fazendo alterações. Esperamos que, com a obra, possamos reverter essa impressão antiga de que o mau cheiro vem da lagoa”, disse.
  • O segundo ponto está nas imediações da saída da Avenida Fleming. De acordo com o secretário, o mau cheiro ali é provocado pela lavagem de caixas de gordura e descarte irregular de resíduos por bares e restaurantes da região. A PBH está promovendo ações de conscientização e fiscalização para impedir que esses resíduos sejam lançados na Lagoa da Pampulha.
  • O terceiro ponto de atenção refere-se às águas dos córregos Ressaca e Sarandi.

De acordo com o secretário, considerando a qualidade da água atualmente, a expectativa do prefeito Álvaro Damião (União Brasil) é de que a cidade tenha condições de abrir a lagoa para navegação pública. “Acreditamos que isso é possível, e o prefeito já determinou que avancemos com os estudos para viabilizar mais um uso desse espaço”, disse.

Em junho de 2016, o então prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, já havia anunciado a intenção de permitir esportes náuticos na Lagoa da Pampulha a partir de 2017, o que acabou não se concretizando. A declaração completa nove anos neste sábado (28).

Mais recentemente, em maio deste ano, o prefeito Damião foi o primeiro a navegar pela lagoa em 30 anos. Durante o evento, revelou o desejo de abrir o passeio ao público até o final de 2025.

Jornalista pela UFMG com passagem pela Rádio UFMG Educativa. Na Itatiaia desde 2022, atuou na produção de programas, na reportagem na Central de Trânsito e, atualmente, faz parte da editoria de Política.