A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) iniciou, nesta terça (16), as comemorações dos 80 anos do Conjunto Moderno da Pampulha e dos 7 anos da conquista do título de Patrimônio Cultural Mundial, concedido pela Unesco. A partir desta terça, a exposição ‘Lugar Imaginado, Lugar Vivido: 80 anos da Casa do Baile', será exibida na Casa do Baile, atual Centro de Referência de Arquitetura, Urbanismo e Design.
A mostra apresenta uma linha do tempo da casa até se tornar um espaço museal. Além disso, serão expostas obras de artistas contemporâneos que conversam com a arquitetura do conjunto da Lagoa da Pampulha.
A Secretária de Cultura de Belo Horizonte, Eliane Parreiras, afirma que o dia é um marco importante para a capital mineira e revelou o planejamento das atividades do ponto turístico da cidade.
“Vamos iniciar uma agenda de mais de um ano de atividades artísticas, educativas, formativas e de educação patrimonial para todos os públicos para que todos possam curtir, experimentar e conhecer mais de perto esse grande patrimônio de Belo Horizonte”, comenta.
As celebrações dos 80 anos do conjunto Arquitetônico da Pampulha tiveram início com um evento na Casa do Baile, um dos ícones do local. A agenda oficial prevê atividades culturais, artísticas, exposições, pesquisas, documentários e outras ações para enaltecer a importância da região ao longo do ano.
A artista plástica Laura Belém conta de onde veio a inspiração para criar uma das obras que fazem parte das comemorações.
"É um letreiro em neon, ‘Poeira de Sol’. Ele faz relação direta com a paisagem, com o pôr-do-sol e a ideia de instalá-lo nesse palco foi de ativar esse elemento da arquitetura do Niemeyer, que era um palco que era usado para shows para apresentações dos anos 40 e depois deixou de ser usado. A ideia foi de levar motivação, uma luz, uma carga poética para esse local”, explica a artista.
Considerado o berço do trabalho de Oscar Niemayer, o Conjunto Arquitetônico da Pampulha conquistou, há sete anos, o título de Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas. Uma das obrigações determinadas pela Unesco para que o título seja mantido é justamente a despoluição da Lagoa.
Lagoa da Pampulha
O prefeito de BH, Fuad Noman, pretende abrir conversas com a Copasa para reduzir o prazo de cinco anos dado pela Justiça à companhia para a despoluição da Lagoa da Pampulha.
A declaração foi dada durante o lançamento das celebrações que marcam os 80 anos do Conjunto Arquitetônico da Pampulha. Na avaliação do prefeito, o grande problema da Pampulha atualmente é o esgoto que é lançado na lagoa por moradores de BH e também de Contagem.
“Se pudéssemos hoje falar qual é o problema, o problema é água. Temos cerca de 10 mil residências no caminho de Contagem para Belo Horizonte que jogam seus esgotos diretamente nos rios e córregos que vem para cá, por mais que você limpe, fica sujo de novo. Já tiramos toneladas de lixo. Estamos trabalhando junto com a Copasa para que a gente possa antecipar esse prazo de trabalho. Nós não podemos continuar jogando o esgoto ‘in natura’ na represa”, salienta o prefeito.
A Prefeitura também anunciou a criação de uma comissão de gestão integrada para tratar de assuntos ligados exclusivamente ao Conjunto da Pampulha. Está prevista a participação de representantes de todas as secretarias municipais nesses debates.
Já o Iphan, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, aprovou o projeto de revitalização do Museu de Arte da Pampulha, que estava parado há anos. O presidente do Instituto, Leandro Grass, destaca a importância desse avanço para a relação das pessoas com o conjunto da Pampulha.
“Vai ser uma grande entrega para a população de Belo Horizonte, de Minas Gerais, como todo de todo o país, porque a Pampulha é patrimônio cultural brasileiro, mais ainda da humanidade porque é patrimônio mundial. Patrimônio não é só para ser admirada, é um instrumento pra geração de emprego e renda para o turismo, para a autoestima da população e precisamos conectar o povo ao seu patrimônio”, completa.