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‘Não é razoável achar normal um general do exército ter uma agenda com anotações golpistas,’ diz Moraes

Ministro fez referência à agenda de Augusto Heleno durante voto no julgamento de Bolsonaro e aliados no STF

Ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta terça-feira (9) que não é possível considerar “normal” que um general do Exército mantenha uma agenda com “anotações golpistas”.

A declaração foi feita durante seu voto no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete aliados, acusados de liderar uma trama para abolir o Estado Democrático de Direito.

A fala de Moraes faz referência a uma agenda apreendida com o general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que, segundo a Polícia Federal, contém registros que indicariam um plano de golpe.

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“Não é razoável achar normal um general do Exército, quatro estrelas, ministro do GSI, ter uma agenda com anotações golpistas. Ter uma agenda preparando a execução de atos para deslegitimar as eleições, o Poder Judiciário e se perpetuar no poder. Eu não consigo entender como alguém pode achar normal, em uma democracia, em pleno século 21, uma agenda golpista”, afirmou Moraes.

O ministro também reiterou que Bolsonaro liderou uma organização criminosa que, entre julho de 2021 e 8 de janeiro de 2023, teria utilizado estruturas do Estado, como a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), para atacar o sistema eleitoral e difundir narrativas falsas contra a Justiça Eleitoral.

“A organização criminosa se reuniu a partir de junho de 2021 e passou a usar tanto a Abin quanto o GSI para criação e divulgação de uma narrativa mentirosa, que ameaçava a integridade da Justiça Eleitoral”, complementou Moraes.

O STF retomou nesta terça-feira o julgamento dos oito réus. Moraes, relator do caso, está sendo o primeiro a votar. Em seguida, votarão os ministros Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e, por último, Cristiano Zanin.

Repórter de política em Brasília, com foco na cobertura dos Três Poderes. É formado em Jornalismo pela Universidade de Brasília (UnB) e atuou por três anos na CNN Brasil, onde integrou a equipe de cobertura política na capital federal. Foi finalista do Prêmio de Jornalismo da Confederação Nacional do Transporte (CNT) em 2023.
Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.
Graduado em jornalismo e pós graduado em Ciência Política. Foi produtor e chefe de redação na Alvorada FM, além de repórter, âncora e apresentador na Bandnews FM. Finalista dos prêmios de jornalismo CDL e Sebrae.