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Na véspera da votação da Tarifa Zero, CDL/BH recomenda que vereadores sejam contra projeto

A entidade, que representa cerca de 13 mil empresas do setor de comércio e serviços na cidade, entende que o projeto requer ‘uma análise mais aprofundada’

Ônibus em Belo Horizonte

Na véspera da votação do projeto que quer implementar a tarifa zero nos ônibus de Belo Horizonte, a Câmara de Dirigentes Lojistas da capital (CDL/BH) divulgou uma nota recomendando que vereadores votem contra o texto. A entidade, que representa cerca de 13 mil empresas do setor de comércio e serviços na cidade, entende que o projeto requer “uma análise mais aprofundada” e que o atual formato da matéria “vincula o custeio do sistema de transporte ao número de empregados” que poderá “onerar o contratante”.

“A entidade reconhece a importância das discussões sobre o transporte público e valoriza a mobilização da sociedade para colocar em evidência a pauta da mobilidade urbana, fundamental para o desenvolvimento da nossa cidade. No entanto, entende que o projeto de lei apresentado requer uma análise mais aprofundada, o atual formato vincula o custeio do sistema de transporte ao número de empregados, propondo uma substituição ao sistema de vale-transporte, mas de forma que irá onerar o contratante”, diz a CDL/BH.

O presidente da entidade, Marcelo de Souza e Silva, afirma que é necessário “avaliar com cuidado” os dados apresentados. “É necessário realizar os cálculos de viabilidade e considerar todos os impactos jurídicos e econômicos”, defende.

“Aumentar a carga tributária das empresas pode desestimular negócios a se instalarem na cidade, afetando a atração de investimentos, a geração de empregos e o desenvolvimento econômico local. Antes de decidir quem paga a conta, é preciso discutir como melhorar o sistema: mais integração com a Região Metropolitana, menos atrasos, mais segurança, modernização da frota e transparência na gestão. Só assim teremos soluções equilibradas, sustentáveis e que realmente atendam à população”, pondera Souza e Silva.

O presidente ainda declarou que o projeto de lei “não enfrenta todos os desafios” e que, por isso, pode ser “Insuficiente” para promover melhorias estruturais no transporte público de Belo Horizonte. “Existem pareceres técnicos da Câmara Municipal, da Procuradoria-Geral do Município e decisões judiciais que apontam possíveis inconstitucionalidades nessa proposta no formato atual”, afirma.

Na quarta-feira (1º), a Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) também se posicionou contra a medida que será analisada na Câmara Municipal de Belo Horizonte e chegou a afirmar que a aprovação do texto poderia causar perdas de R$ 3,1 bilhões ao faturamento das empresas na capital. Além disso, o levantamento aponta que 55 mil postos de emprego podem ser perdidos.

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Jornalista pela UFMG, Lucas Negrisoli é editor de política. Tem experiência em coberturas de política, economia, tecnologia e trends. Tem passagens como repórter pelo jornal O Tempo e como editor pelo portal BHAZ. Foi agraciado com o prêmio CDL/BH em 2024.