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Motta escala Derrite para acelerar PL que equipara ações de facções ao terrorismo

Secretário de Segurança Pública de São Paulo assume a relatoria de proposta com aval de Hugo Motta e promete endurecer penas para o crime organizado

Derrite foi eleito deputado federal, mas pediu licença do cargo para atuar como secretário em SP

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), escolheu o deputado Capitão Derrite (PL-SP) para relatar o projeto de lei que equipara a atuação de facções criminosas ao crime de terrorismo. A decisão busca dar celeridade à tramitação da proposta, que deve ser discutida na próxima semana e votada em regime de urgência no Plenário.

O pedido tem relação direta com operação das policias civil e militar do Rio de Janeiro, realizada na terça-feira (28), e que resultou na morte de uma centena de pessoas. O alvo eram integrantes do Comando Vermelho.

O texto, de autoria do deputado Danilo Forte (União Brasil-CE), chegou a Câmara em março, e teve o regime de urgência aprovado em abril. A proposta amplia a definição de terrorismo para incluir ações típicas do crime organizado, como o domínio de territórios, o uso de granadas e o bloqueio de infraestruturas críticas, como redes de energia, portos, aeroportos e hospitais.

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“Atos de cangaço, domínio de lugar e utilização de granadas serão considerados ações terroristas. As penas serão elevadas e poderão ser acumuladas”, afirmou Derrite, que recebeu o aval direto de Motta para acelerar o relatório.

O que muda?

O texto define como terrorismo atos cometidos “por razões políticas ou para impor domínio ou controle de área territorial”. Também prevê punição a quem sabotar ou interromper o funcionamento de serviços essenciais, como água, luz, transporte e internet.

Derrite, que tem mandato de deputado e atua como secretário de Segurança Pública de São Paulo, criticou a proposta de emenda constitucional que amplia o poder do governo federal sobre o tema, a chamada PEC da Segurança Pública, e defendeu que o Congresso “assuma o protagonismo” nas políticas de segurança.

“A PEC não resolve nada. É um texto muito mal elaborado. Precisamos de legitimidade e de ação concreta”, disse. O deputado também cobrou maior participação do Ministério da Fazenda no custeio da segurança pública, afirmando que o ministro Fernando Haddad “não entende da área”.

Paralelamente, Derrite informou que São Paulo pode oferecer apoio ao Rio de Janeiro diante da crise de segurança no estado. Segundo ele, o assunto será tratado com o governador Tarcísio de Freitas ainda nesta quarta-feira.

“É uma determinação do governador. Acredito que São Paulo já colocou à disposição forças de patrulhamento, mas ainda não há confirmação oficial”, declarou. A expectativa é que o relatório seja apresentado na próxima semana ao colégio de líderes e, na sequência, votado no plenário.

Supervisor da Rádio Itatiaia em Brasília, atua na cobertura política dos Três Poderes. Mineiro formado pela PUC Minas, já teve passagens como repórter e apresentador por Rádio BandNews FM, Jornal Metro e O Tempo. Vencedor dos prêmios CDL de Jornalismo em 2021 e Amagis 2022 na categoria rádio