A ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania,
Macaé Evaristo (PT), condenou as decisões do governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de
suspender os vistos de Alexandre de Moraes, de outros sete ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do procurador-geral da República,
Paulo Gonet. Neste domingo (20), durante a
Parada do Orgulho LGBTQIAPN+, em Belo Horizonte, a ministra considerou a atitude da Casa Branca como “lamentável”.
“Acho lamentável um país querer interferir em outro país, principalmente na condução de um dos poderes tão importantes como o Poder Judiciário”, disse à Itatiaia.
De acordo com Macaé, o governo federal não teme que essas “retaliações” afetem, por exemplo, chefes de ministério, mas afirmou que “será uma pena” caso isso aconteça. "É reprovável essa atitude do governo dos EUA, e se chegar aos ministros [do governo Lula], será uma pena. Mas os governos precisam lembrar que eles passam”, declarou. A ministra afirmou que espera que, ao final, “a justiça e os ideais que alimentaram a construção da Organização das Nações Unidas (ONU) se sobreponham à barbárie”.
Entenda a questão envolvendo os vistos dos ministros do Supremo
O secretário de Estado de Trump,
Marco Rubio, anunciou, na última sexta-feira (18), que revogou os vistos dos EUA de Alexandre de Moraes, de seus aliados e de familiares imediatos.
“
O presidente Trump deixou claro que seu governo responsabilizará estrangeiros responsáveis pela censura de expressão protegida nos Estados Unidos. A caça às bruxas política do ministro Alexandre de Moraes, do STF, contra Jair Bolsonaro criou um complexo de perseguição e censura tão abrangente que não apenas viola direitos básicos dos brasileiros, mas também se estende além das fronteiras do Brasil, atingindo os americanos”.
— escreveu Rubio nas redes sociais.
A decisão foi anunciada no mesmo dia em que Moraes acatou o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e determinou que o
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usasse tornozeleira eletrônica.
Segundo a PGR, há risco concreto de que Bolsonaro fuja do país e intimide autoridades brasileiras.
O ex-presidente classificou a decisão como uma “
suprema humilhação”. Moraes ainda impôs recolhimento domiciliar noturno, proibição do uso de redes sociais e de contato com investigados, diplomatas e embaixadores.
