Lula sanciona lei que proíbe uso da linguagem neutra por órgãos públicos

Texto institui a Política Nacional de Linguagem Simples para facilitar a comunicação com a população

Lula sancionou projeto que prevê uso da linguagem simples

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou um projeto de lei que institui a Política Nacional de Linguagem Simples e proíbe a utilização da linguagem neutra por órgãos públicos federais, estaduais e municipais. A medida consta na edição de segunda-feira (17) do Diário Oficial da União.

A linguagem neutra visa evitar a discriminação de pessoas com base em sua identidade de gênero ou sexualidade, por exemplo. Com isso, expressões femininas ou masculinas são substituídas por termos como “todes”, “elu” e “ume”.

Pelo texto sancionado por Lula, é vedado o uso de “novas formas de flexão de gênero e de número das palavras da língua portuguesa, em contrariedade às regras gramaticais consolidadas, ao Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp) e ao Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa”.

Com a Política Nacional de Linguagem Simples, órgãos e entidades públicas terão que seguir as seguintes regras na redação de textos direcionados à população:

  • dar preferência às frases curtas, em ordem direta e com voz ativa;
  • usar palavras comuns, sem jargões e com explicação de termos técnicos quando necessário;
  • evitar estrangeirismos que não sejam utilizados no dia a dia;
  • inserir as informações mais importantes no começo do texto;
  • usar listas, tabelas e outros recursos gráficos sempre que ajudarem na compreensão;
  • garantir linguagem acessível às pessoas com deficiência.

Além disso, a norma estabelece ainda que conteúdos destinados a comunidades indígenas terão, sempre que possível, ser disponibilizados com versões na língua da comunidade.

Por fim, o texto determina que cada ente federativo poderá definir diretrizes complementares, fluxos e ferramentas necessárias para implementar a política.

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Repórter de política em Brasília. Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), chegou na capital federal em 2021. Antes, foi editor-assistente no Poder360 e jornalista freelancer com passagem pela Agência Pública, portal UOL e o site Congresso em Foco.

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