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Líder da Prefeitura de BH na Câmara justifica voto contra a tarifa zero

Bruno Miranda (PDT) disse que a proposta era inviável financeiramente e cobrou a participação do governo federal nas políticas de transporte

Bruno Miranda encaminhando voto contra o PL da tarifa zero no plenário da Câmara

O líder de governo na Câmara Municipal de Belo Horizonte, Bruno Miranda (PDT), justificou a votação contrária no projeto de lei (PL) que previa a adoção da tarifa zero nos ônibus da capital mineira alegando falta de viabilidade orçamentária para a medida. O texto foi votado em plenário em primeiro turno nesta sexta-feira (3) e derrotado por 30 votos a 10.

Em entrevista após a votação, Miranda afirmou que o entendimento da prefeitura sobre a inexequibilidade do projeto foi construído após o diálogo entre vereadores, o Executivo e o setor produtivo da cidade. O vereador ainda defendeu, na linha do que diz a prefeitura, que a gratuidade no transporte de Belo Horizonte seria possível com apoio dos governos estadual e federal.

“Se a gente entende que o ônibus gratuito é uma política pública, que haja então um financiamento tripartite: governo federal, governo estadual e governo municipal. Já passou da hora do governo federal discutir de forma séria um marco regulatório do transporte. Há uma demanda crescente da população por isso. Mas é uma conta que, se ficar nas costas de quem gera emprego para a cidade e do orçamento público, a cidade e os empresários vão quebrar”, afirmou.

Também em plenário, Miranda defendeu a ideia da inviabilidade do projeto. O vereador que representa o prefeito Álvaro Damião (União Brasil) na Câmara, ainda afirmou que o texto era inconstitucional por determinar a criação de uma tarifa, o que seria prerrogativa do Legislativo Federal.

A ideia do tarifa zero no PL 60/2025, previa a criação de um Fundo Municipal de Melhoria da Qualidade e Subsídio ao Transporte Coletivo (FSTC) e, para financiá-lo, estabelecia a Taxa do Transporte Público (TTP).

A taxa seria cobrada de todas as empresas com mais de dez funcionárias, com o valor de R$ 168,82 mensais para cada empregado. O valor seria pago em substituição ao vale-transporte, mas seria cobrado de acordo com o número de integrantes da folha salarial de cada empreendimento, independentemente se o trabalhador usar ou não o transporte público.

Leia as matérias sobre a votação o tarifa zero:

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Repórter de política da Itatiaia, é jornalista formado pela UFMG com graduação também em Relações Públicas. Foi repórter de cidades no Hoje em Dia. No jornal Estado de Minas, trabalhou na editoria de Política com contribuições para a coluna do caderno e para o suplemento de literatura.
Jornalista graduado pela PUC Minas; atua como apresentador, repórter e produtor na Rádio Itatiaia em Belo Horizonte desde 2019; repórter setorista da Câmara Municipal de Belo Horizonte.