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Metanol: Tarcísio determina o fechamento de bares com bebidas falsificadas e sem notas

Determinação foi publicada na tarde desta sexta-feira (3), em meio a investigação sobre a intoxicação por metanol

Brasil tem 11 casos confirmados de intoxicação por metanol, todos em São Paulo

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), determinou a suspensão de estabelecimentos que forem flagrados vendendo bebidas falsificadas, adulteradas ou sem nota fiscal. A determinação foi publicada na tarde desta sexta-feira (3), em meio a investigação de bebidas adulteradas por metanol.

“Determinei que a Secretaria da Fazenda cancele, de forma cautelar, a inscrição estadual de todos os estabelecimentos flagrados vendendo bebidas falsificadas, adulteradas ou sem nota fiscal. Em São Paulo, faremos tudo para proteger a saúde, fazer cumprir a lei e garantir segurança ao consumidor”, disse o governador na rede social X.

Até o momento, o Centro Nacional de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) do Ministério da Saúde recebeu notificações de 59 casos de intoxicação por metanol, sendo 53 em São Paulo — 11 confirmados e 42 em investigação —, 5 em investigação em Pernambuco e um em Brasília, o cantor Hungria. Há ainda um óbito confirmado e sete em investigação.

Investigação

A principal linha de investigação da Polícia Civil de São Paulo aponta que a intoxicação por metanol, pode ter sido causada pelo uso da substância na higienização de garrafas de bebidas falsificadas.

As apurações indicam que quadrilhas especializadas na falsificação de bebidas estariam utilizando o metanol não apenas para adulterar o produto e aumentar o volume, mas também para limpar e desinfetar os recipientes reutilizados.

“Uma das linhas de investigação é de que a contaminação pode ter acontecido no momento da limpeza dos vasilhames com metanol. Até o momento mais de 2.500 garrafas foram apreendidas somente nesta semana e nove estabelecimentos foram fechados, entre eles, duas distribuidoras de bebidas”, informou a PCSP em nota.

Ainda segundo a polícia, as garrafas originais de destilados seriam coletadas em bares e vendidas a fábricas clandestinas. Nesses locais, coletores ou fabricantes usariam o metanol no processo de limpeza e desinfecção.

O problema ocorreria se o recipiente fosse mal lavado. O resíduo contaminado, ao receber a bebida falsificada, seria ingerido pelo consumidor, provocando a grave intoxicação.

A Polícia Civil chegou a essa conclusão ao refazer o caminho das bebidas consumidas pelas vítimas. Ao visitar os bares onde ocorreram os primeiros casos, os investigadores traçaram a logística reversa das garrafas, rastreando a rota das distribuidoras até chegar às fábricas clandestinas.

A PCSP não identificou os responsáveis pelo possível esquema de contaminação. As autoridades também não encontraram a origem do metanol, que é um produto importado.

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Correspondente da Rádio Itatiaia em São Paulo. Ingressou na emissora em 2023. Começou no rádio comunitário aos 14 anos. Graduou-se em jornalismo pela PUC Minas. No rádio, teve passagens pela Alvorada FM, BandNews FM e CBN, no Grupo Globo. Na Band, ocupou vários cargos até chegar às funções de âncora e coordenador de redação na Band News FM BH. Na televisão, participava diariamente da TV Band Minas e do Band News TV. Em 2023, foi reconhecido como um dos 30 jornalistas mais premiados do Brasil.
Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Giullia Gurgel é repórter multimídia da Itatiaia. Atualmente escreve para as editorias de cidades, agro e saúde