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Mais da metade dos vereadores que assinaram PL Tarifa Zero votou contra texto

O texto, que foi apresentado com 22 assinaturas, inclusive da própria autora do texto, foi rejeitado nesta sexta-feira (3) com 30 votos contrários

Rejeitado por 30 votos a 10, o Projeto de Lei (PL) que previa a Tarifa Zero nos ônibus de Belo Horizonte chegou ao plenário nesta sexta-feira (3) assinado por 22 vereadores. Mais da metade dos signatários do texto mudaram de ideia e votaram contra a própria proposta.

O PL 60/2025 foi apresentado na Casa pela vereadora Iza Lourença (PSOL) e foi construído pela equipe tendia do movimento Tarifa Zero em BH. Nos primeiros momentos de tramitação do texto, no mês de fevereiro, outros 21 parlamentares assinaram a proposta, mais da metade dos 41 integrantes da Câmara de BH.

Ao votar o projeto nesta sexta, no entanto, 12 vereadores decidiram contra a proposta. São eles: Arruda (Republicanos); Cleiton Xavier (MDB); Diego Sanches (Solidariedade); Michelly Siqueira (PRD); Irlan Melo (Republicanos); Janaína Cardoso (União Brasil); Leonardo Ângelo (Cidadania); Neném da Farmácia (Mobiliza), Osvaldo Lopes (Republicanos); Rudson Paixão (Solidariedade); Tileleo (PP) e Wanderley Porto (PRD).

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O único dos vereadores que mudaram de ideia a falar em plenário foi Wanderley Porto. Ao encaminhar o voto contrário à medida que contava com sua assinatura, o parlamentar afirmou que percebeu que o texto era inviável financeiramente ao longo da tramitação nas comissões da Casa e criticou os colegas e manifestantes de esquerda que lotavam as galerias do plenário: “Sabemos que não ligam para a responsabilidade fiscal”.

Os dez únicos votos favoráveis ao PL da tarifa zero foram os remanescentes da lista de signatários. Mantiveram o apoio à causa Iza Lourença; Cida Falabella (PSOL); Bruno Pedralva (PT); Edmar Branco (PCdoB); Helton Junior (PSD); Juhlia Santos (PSOL); Luiza Dulci (PT); Pedro Patrus (PT); Pedro Rousseff (PT); e Wagner Ferreira (PV).

O que propunha o PL da tarifa zero?

O PL 60/2025 prevê criar um Fundo Municipal de Melhoria da Qualidade e Subsídio ao Transporte Coletivo (FSTC) e estabelecer a Taxa do Transporte Público (TTP) como forma de financiá-lo.

Na prática, a lei substitui o pagamento de vale-transporte por empresas sediadas na cidade para estabelecer o pagamento de um valor fixo para cada funcionário de organizações com mais de nove pessoas em seu quadro de trabalhadores.

O texto calcula um custo de R$ 168,82 por empregado, R$ 5,63 diários para cada funcionário a partir do décimo integrante do quadro da organização. Além da contribuição privada, o fundo seria abastecido com um subsídio do Executivo, já pago desde 2022.

Repórter de política da Itatiaia, é jornalista formado pela UFMG com graduação também em Relações Públicas. Foi repórter de cidades no Hoje em Dia. No jornal Estado de Minas, trabalhou na editoria de Política com contribuições para a coluna do caderno e para o suplemento de literatura.