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Julgamento de Jair Bolsonaro já tem data marcada no STF; confira o calendário

O ex-presidente e outros sete aliados são réus por suposta tentativa de golpe

Jair Bolsonaro (PL), ex-presidente da República.

O ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), convocou sessões extraordinárias e ordinárias para setembro com o objetivo de julgar a Ação Penal 2.668 – Núcleo 1, sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes. O ex-presidente Jair Bolsonaro é um dos réus no caso. A Itatiaia havia antecipado a informação.

As sessões extraordinárias ocorrerão nos dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro, das 9h às 12h, e também no dia 12 de setembro, das 14h às 19h.

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Já as sessões ordinárias estão previstas para os dias 2 e 9 de setembro, no turno da tarde, das 14h às 19h.

O julgamento envolve casos relacionados à ação penal que tramita no STF e que integra o conjunto de processos sobre os “atos antidemocráticos” investigados pela Corte.

O caso

Além de Bolsonaro, outros sete réus são apontados pela denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) como integrantes do núcleo 1 – chamado de “núcleo crucial”.

Segundo a PGR, o “núcleo crucial” teria liderado um plano para manter Bolsonaro no poder, mesmo após a derrota nas urnas em 2022. Além do ex-presidente, integram o grupo:

  • Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin;
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
  • Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;
  • Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil;
  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente;
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa.

Alegações finais

Na quarta-feira (13), a defesa de Bolsonaro enviou ao STF as alegações finais no inquérito. A defesa negou as acusações da PGR e pediu a absolvição do ex-presidente.

Em uma das 197 páginas do documento, a defesa do ex-presidente diz que ele não atuou para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os advogados argumentam que não há provas de que Bolsonaro tenha incentivado ou coordenado qualquer ação para inviabilizar a transição de governo.

Eles também afirmam ao STF que as manifestações de 8 de janeiro não têm ligação com ordens ou articulações do ex-presidente.

Além disso, os advogados afirmaram que não houve tempo suficiente para que a defesa tivesse acesso integral aos autos e elaborasse o documento de forma adequada.

“Em poucas palavras, a defesa atuou sempre sem tempo razoável para o conhecimento da prova. Não houve, neste cenário, contraditório ou defesa ampla”, afirma a defesa.

Os advogados também buscaram enfraquecer a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid. Segundo os advogados, Cid teria “mentido reiteradas vezes” nos depoimentos prestados ao longo do processo.

“É a primeira vez na história que se vê o requerimento para a aceitação parcial de uma delação. Fala-se em omissões e ambiguidades, mas insiste-se em aproveitar parte da delação e premiar o colaborador”, afirmou a defesa.

Os advogados sustentam ainda que Cid descumpriu medidas cautelares impostas para manter o acordo de colaboração, ao comentar sobre o conteúdo da delação por meio de um perfil em rede social.

Jornalista com trajetória na cobertura dos Três Poderes. Formada pelo Instituto de Educação Superior de Brasília (Iesb), atuou como editora de política nos jornais O Tempo e Poder360. Atualmente, é coordenadora de conteúdo na Itatiaia na capital federal.
Repórter de política em Brasília, com foco na cobertura dos Três Poderes. É formado em Jornalismo pela Universidade de Brasília (UnB) e atuou por três anos na CNN Brasil, onde integrou a equipe de cobertura política na capital federal. Foi finalista do Prêmio de Jornalismo da Confederação Nacional do Transporte (CNT) em 2023.