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STF deve começar julgamento de Bolsonaro no dia 2 de setembro

Processo envolve outros sete réus apontados pela PGR como líderes de um suposto plano para manter o ex-presidente no poder após a derrota nas eleições de 2022

Ex-presidente Jair Bolsoanro (PL)

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) deve iniciar no dia 2 de setembro o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros réus do núcleo 1 da denúncia sobre a suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) deve iniciar no dia 2 de setembro o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e dos outros réus que integram o núcleo 1 da denúncia sobre suposta tentativa de golpe de estado após as eleições de 2022 deve começar no dia 2 de setembro.

Na quinta-feira (14), o relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, solicitou ao presidente da Primeira Turma, ministro Cristiano Zanin, que oficialize a data do julgamento.

Segundo apuração da Itatiaia, o ministro reservou as terças-feiras do mês de setembro para que o julgamento aconteça. De acordo com interlocutores do STF, a expectativa é de que as sessões se iniciem na primeira terça-feira do mês de setembro, no dia 2.

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O ministro reservou as terças porque tradicionalmente é o dia que ocorre as sessões das turmas do STF. Além de Moraes e Zanin, integram a Primeira Turma os ministros Flávio Dino, Cármen Lúcia e Luiz Fux.

Além de Bolsonaro, outros sete réus são apontados pela denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) como integrantes do núcleo 1 – chamado de “núcleo crucial”.

Segundo a PGR, o “núcleo crucial” teria liderado um plano para manter Bolsonaro no poder, mesmo após a derrota nas urnas em 2022. Além do ex-presidente, integram o grupo:

  • Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin;
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
  • Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;
  • Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil;
  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente;
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa.

Alegações finais

Na quarta-feira (13), a defesa de Bolsonaro enviou ao STF as alegações finais no inquérito. A defesa negou as acusações da PGR e pediu a absolvição do ex-presidente.

Em uma das 197 páginas do documento, a defesa do ex-presidente diz que ele não atuou para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os advogados argumentam que não há provas de que Bolsonaro tenha incentivado ou coordenado qualquer ação para inviabilizar a transição de governo.

Eles também afirmam ao STF que as manifestações de 8 de janeiro não têm ligação com ordens ou articulações do ex-presidente.

Além disso, os advogados afirmaram que não houve tempo suficiente para que a defesa tivesse acesso integral aos autos e elaborasse o documento de forma adequada.

“Em poucas palavras, a defesa atuou sempre sem tempo razoável para o conhecimento da prova. Não houve, neste cenário, contraditório ou defesa ampla”, afirma a defesa.

Os advogados também buscaram enfraquecer a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid. Segundo os advogados, Cid teria “mentido reiteradas vezes” nos depoimentos prestados ao longo do processo.

“É a primeira vez na história que se vê o requerimento para a aceitação parcial de uma delação. Fala-se em omissões e ambiguidades, mas insiste-se em aproveitar parte da delação e premiar o colaborador”, afirmou a defesa.

Os advogados sustentam ainda que Cid descumpriu medidas cautelares impostas para manter o acordo de colaboração, ao comentar sobre o conteúdo da delação por meio de um perfil em rede social.

Nossos repórteres escrevem todos os dias notas dos bastidores de Brasília
Repórter de política em Brasília, com foco na cobertura dos Três Poderes. É formado em Jornalismo pela Universidade de Brasília (UnB) e atuou por três anos na CNN Brasil, onde integrou a equipe de cobertura política na capital federal. Foi finalista do Prêmio de Jornalismo da Confederação Nacional do Transporte (CNT) em 2023.