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Relator da CPMI do INSS: ‘Só falta o depoente urinar em cima da mesa’

Em coletiva, relator cita prejuízo no depoimento por habeas corpus dado pelo STF ao ex-presidente do INSS, Alexandre Stefanutto

Coletiva do relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar, sobre a oitiva desta segunda-feira (13)

O relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar, concedeu coletiva nesta segunda-feira (13), e disse que os documentos reunidos até agora apontam contra o ex-presidente do INSS. Segundo ele, as provas serão analisadas para evitar injustiças, mas já indicam prejuízo relevante aos cofres públicos.

Gaspar afirmou que está “acostumado com valentia de investigado” e que, no entanto, os dados mostram condutas incompatíveis com o cargo de presidente do INSS. Ele ressaltou o papel da Controladoria-Geral da União (CGU) nas apurações. Sem a atuação da CGU, disse, o esquema poderia ter continuidade.

Gaspar se mostrou ainda bastante insatisfeito com o “pouco caso” que, aparentemente os depoentes estão apresentando nas oitivas: “Olha, o fato de ter vindo com a habeas corpus dá essa autoridade de ‘araque’. Só falta depois chegar e urinar na mesa por conta desses habeas corpus.”

A investigação, segundo o relator, demonstra que houve autorizações de descontos em massa que contrariaram a instrução normativa assinada pela própria presidência do INSS. O episódio teria gerado prejuízo milionário e a inclusão de 1,200,000 associados, dos quais 97% afirmaram não ter autorizado os descontos.

Gaspar também citou acordos envolvendo consignados firmados com o PICPEN e com a Crefisa. Ele anunciou que esses contratos serão alvo de apuração mais detalhada a partir de janeiro do próximo ano.

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O relator afirmou que o investigado tem direito à defesa, mas que documentos e fatos apontam na direção contrária à sua inocência.

Gaspar disse que as respostas obtidas até agora não o satisfizeram, mas que permitiram aprofundar o confronto entre provas e alegações. Ele garantiu que continuará a colher depoimentos e que não teme enfrentar investigados, “seja lá quem for”, para responsabilizar quem praticou ou protegeu irregularidades.

Por fim, o relator afirmou que pretende convocar todas as pessoas de interesse para depor e comentou ter expectativa positiva quanto ao depoimento da servidora Leila.

Aline Pessanha é jornalista, com Pós-graduação em Marketing e Comunicação Integrada pela FACHA - RJ. Possui passagem pelo Grupo Bandeirantes de Comunicação, como repórter de TV e de rádio, além de ter sido repórter na Inter TV, afiliada da Rede Globo.