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Julgamento de Bolsonaro: entenda como será calculada a pena dos condenados

Votos dos ministros do Supremo Tribunal Federal foram proferidos nesta quinta-feira (11), com placar em 4 contra 1 pela condenação dos oito acusados

Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)

Encerrada a fase de apresentação de votos no julgamento da trama golpista que envolveu o ex-presidente Jair Bolsonaro, os ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) passam, a partir desta sexta-feira (12), a calcular qual será o tamanho da pena de cada condenado.

A chamada fase da dosimetria da pena, onde é calculada qual será o tempo de prisão para cada crime, é dividida em três fases.

Na primeira fase será fixada uma pena-base. Cada crime tem sua pena prevista no Código Penal, com a especificação da pena mínima e a pena máxima para cada crime. Em seguida, os ministros avaliam a existência de atenuantes ou agravantes. Na terceira fase são discutidas as eventuais causas de diminuição ou aumento da pena.

“O relator, ministro Alexandre de Moraes, vai ler a dosimetria, espera-se que em meia hora de voto eles consigam fazer a dosimetria. Eles vão olhar os atenuantes ou majorantes e definir a pena”, explica Paulo Crosara, advogado criminalista.

O advogado avalia que as penas determinadas aos condenados pela articulação da trama golpistas devem ser maiores do que as penas que já foram dadas em julgamentos anteriores sobre o dia 8 de janeiro.

“Se ele diz que o 8 de janeiro foi o ápice de um movimento que começou há um ano e meio ou dois anos, quem participou apenas do 8 de janeiro tem que ter uma pena menor do que quem organizou e planejou. O Código Penal fala que cada um deve ser julgado na medida de sua culpabilidade. Se quem tem uma pena menor, algumas pessoas, pegaram 17 ou 18 anos, podemos pensar em uma pena de 25 a 30 anos para quem planejou”, afirmou Crosara.

Julgamento

O Supremo Tribunal Federal (STF) condenou Jair Bolsonaro (PL) e sete aliados por tentativa de golpe de Estado e mais quatro crimes nesta quinta-feira (11). Votaram a favor da condenação os ministros Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma, Cármen Lúcia, Flávio Dino e o relator, Alexandre de Moraes.

O único divergente foi Luiz Fux, que absolveu Bolsonaro de todas as acusações e condenou apenas Mauro Cid e Braga Netto por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Em relação aos demais, o ministro também escolheu a absolvição.

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Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.
Jornalista pela UFMG, Lucas Negrisoli é editor de política. Tem experiência em coberturas de política, economia, tecnologia e trends. Tem passagens como repórter pelo jornal O Tempo e como editor pelo portal BHAZ. Foi agraciado com o prêmio CDL/BH em 2024.