Um encontro político na casa do presidente do União Brasil, Antonio Rueda, em Brasília, reuniu nesta terça-feira dirigentes partidários e governadores da centro-direita que começam a articular uma frente para as eleições de 2026. Estiveram representados seis das maiores legendas do Congresso Nacional: União Brasil, Progressistas, PL, PSD, Republicanos e MDB, além de dez governadores.
A reunião promete discutir temas centrais para o cenário político brasileiro, como as articulações para a disputa presidencial de 2026 e os efeitos do tarifaço anunciado por Donald Trump sobre produtos brasileiros.
O senador Ciro Nogueira (PP-PI) afirmou que os partidos querem construir um “projeto único de país”, preservando as pré-candidaturas, mas com a certeza de que estarão unidos “no mínimo, no segundo turno”. Ele citou como nomes em debate os governadores Ronaldo Caiado (GO), Tarcísio de Freitas (SP), Romeu Zema (MG), Ratinho Júnior (PR) e Eduardo Leite (RS). Nogueira também defendeu que o PP deixe a base governista “o mais rapidamente possível”.
O governador Ronaldo Caiado reforçou o tom oposicionista e classificou a reunião como um marco inédito. “Em 40 anos de vida pública, nunca vi uma reunião com essa importância. A centro-direita está ciente da sua responsabilidade e vamos para 2026 para ganhar as eleições do PT e do Lula”, disse. Para Caiado, cada partido deve lançar seu candidato no primeiro turno, com a união se consolidando na segunda etapa da disputa.
Já o governador Tarcísio de Freitas destacou que a prioridade não deve ser a escolha do candidato agora, mas sim a formulação de um projeto de país. “O Brasil está ficando para trás, perdendo oportunidades. Precisamos de uma agenda e de liberdade para que o Congresso exerça suas prerrogativas”, afirmou. Ele criticou o governo Lula, que classificou como “fracassado”.
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, definiu a mobilização como uma demonstração de maturidade democrática. “Discordar de um modelo, se unir e trabalhar na oposição para mudar o destino do país é prova de democracia e de espírito público”, disse.
Apesar de divergências sobre a estratégia no primeiro turno, o tom comum foi de união contra o governo Lula e de compromisso em apresentar um projeto alternativo para o país em 2026.