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Defesa de general preso por golpe pede tratamento igual ao de Bolsonaro

Mario Fernandes, citado por Mauro Cid como ‘o mais radical entre os radicais’, está preso desde fevereiro após operação da Polícia Federal

Entre 2018 e 2020, general foi chefe dos ‘kids pretos’ - militares treinados Operações Especiais do Exército

A defesa do general Mario Fernandes protocolou junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido para que a preventiva do militar seja revogada ou alterada, aplicando as mesmas medidas cautelares impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de contato com outros investigados.

O documento foi protocolado na noite de sábado (26), logo após o encerramento dos interrogatórios do chamado “núcleo 2" da ação penal que investiga a tentativa de golpe de Estado. As informações são do portal UOL.

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Mario Fernandes está preso desde fevereiro, quando foi alvo da operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal. Ele é acusado de integrar o núcleo militar da suposta organização criminosa que, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), atuou para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Leia mais: O que são os ‘Kids Pretos’, militares do Exército que seriam usados em plano golpista

O general admitiu ser o autor do documento intitulado ‘Punhal Verde Amarelo’, que mencionava o “envenenamento” de Lula e a “neutralização” do vice, Geraldo Alckmin (PSB). Em depoimento ao STF, ele afirmou que o texto era apenas uma análise de risco, escrita de forma individual, e que jamais foi compartilhado com outros investigados.

Desproporcional

No pedido feito ao STF, a defesa do general sustenta que Fernandes “não confessou plano de matar ninguém” e afirma que não há indícios de que ele tenha atuado para executar qualquer ação. Os advogados também destacam que Mauro Cid, tenente-coronel e delator no caso, disse nunca ter recebido o documento nem discutido o conteúdo com o general.

Em sua delação premiada, Mauro Cid classificou Mario Fernandes como “o mais radical entre os radicais”. A Polícia Federal também localizou mensagens em que o general teria pedido a Cid que convencesse Bolsonaro a assinar um decreto com teor golpista. Mesmo assim, os advogados argumentam que Fernandes não participou da construção do texto e que não esteve presente em reuniões sobre o plano.

Por isso, a defesa considera desproporcional a manutenção da prisão, especialmente após o STF ter decidido impor medidas alternativas ao ex-presidente Bolsonaro, apontado como líder da organização criminosa.

Supervisor da Rádio Itatiaia em Brasília, atua na cobertura política dos Três Poderes. Mineiro formado pela PUC Minas, já teve passagens como repórter e apresentador por Rádio BandNews FM, Jornal Metro e O Tempo. Vencedor dos prêmios CDL de Jornalismo em 2021 e Amagis 2022 na categoria rádio