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Defesa de Bolsonaro critica condenação: ‘Penas são excessivas e desproporcionais’

Ex-presidente foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal a 27 anos e 3 meses de prisão por liderar tentativa de golpe de Estado

O ex-presidente Jair Bolsonaro

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se manifestou nesta sexta-feira (12) após o Supremo Tribunal Federal condená-lo a 27 anos e 3 meses de prisão pela tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Em nota, os advogados Celso Vilardi e Paulo Cunha Bueno manifestam sua “profunda discordância e indignação” com a decisão da 1ª Turma da Corte e afirmam que as penas fixadas são “absurdamente excessivas e desproporcionais”.

“Nesse sentido, continuaremos a sustentar que o ex-presidente não atentou contra o Estado Democrático, jamais participou de qualquer plano e muito menos dos atos ocorridos em 08 de janeiro”, diz a defesa.

Os advogados argumentam que Bolsonaro deveria ter sido julgado na primeira instância do Judiciário ou pelo pelo plenário do STF, composto pelos 11 ministros da Corte, e que não houve “tempo hábil” para analisar todas as provas do processo, o que teria impedido a defesa de forma definitiva”. Todas as alegações foram rejeitadas pela maioria dos ministros da 1ª Turma.

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Vilardi e Bueno indicam ainda que entrarão com recursos cabíveis contra a condenação do ex-presidente, “inclusive no âmbito internacional”.

A 1ª Turma do STF entendeu, por maioria, que Bolsonaro liderou uma organização criminosa com o intuito de permanecer no poder após as eleições de 2022. Com isso, o ex-presidente foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão, inicialmente em regime fechado, além do pagamento de multa, pelos crimes de:

  • organização criminosa armada;
  • tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • golpe de Estado;
  • dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima;
  • deterioração de patrimônio tombado.

A pena não será cumprida imediatamente, já que ainda cabem recursos à decisão. O ex-presidente segue em prisão domiciliar em Brasília após descumprir medidas cautelares impostas pelo ministro Alexandre de Moraes.

Repórter de política em Brasília. Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), chegou na capital federal em 2021. Antes, foi editor-assistente no Poder360 e jornalista freelancer com passagem pela Agência Pública, portal UOL e o site Congresso em Foco.