CPMI adia convocação de Messias e sessão tem tumulto e troca de xingamentos

Acordo com governistas retirou da pauta pedidos de convocação, quebras de sigilo e até registros de voos ligados ao ‘careca do INSS’, provocando forte reação da oposição

Presidente da CPMI do INSS, Carlos Viana (Podemos-MG), durante sessão nesta quinta-feira (27)

A CPMI do INSS adiou, nesta quinta-feira (27), a votação dos quatro requerimentos que pediam a convocação do advogado-geral da União (AGU), Jorge Messias. O adiamento, para 4 de dezembro, ocorreu após um acordo articulado por parlamentares governistas - e é visto pela oposição como uma forma de blindar o aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Para integrantes da base, a convocação de Messias era encarada como uma tentativa de provocar o Palácio do Planalto, especialmente depois de o governo indicar o chefe da AGU, na semana passada, para a vaga deixada por Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal.

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Instantes antes do início da sessão, o presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), havia confirmado que colocaria em pauta todos os pedidos de convocação. Mas, ao abrir os trabalhos, anunciou que votaria apenas requerimentos considerados “consensuais”.

Ficaram de fora não só os quatro pedidos envolvendo Messias, mas também outras convocações, solicitações de prisão, quebras de sigilo telefônico e bancário, além de requerimentos que pediam listas de passageiros em voos bancados pelo empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, o “careca do INSS” - pivô do esquema de descontos ilegais em aposentadorias e pensões.

Não caiu bem

A decisão gerou um início de tumulto imediato. O plenário da comissão foi tomado por gritos, xingamentos e discussões cruzadas. O conflito mais acalorado envolveu o deputado Rogério Correia (PT-MG), vice-líder do PT na Câmara, e o deputado Marcel Van Hatten (Novo-RS), líder do Novo.

Correia defendia a votação de um requerimento para obter Relatórios de Inteligência Financeira do Coaf e a quebra de sigilo bancário e fiscal da empresa Zema Crédito, Financiamento e Investimento - ligada ao governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). Van Hatten reagiu chamando o petista de “vagabundo”, o que elevou ainda mais a tensão.

Após alguns minutos, e com intervenção de outros parlamentares, a sessão foi retomada.

Supervisor da Rádio Itatiaia em Brasília, atua na cobertura política dos Três Poderes. Mineiro formado pela PUC Minas, já teve passagens como repórter e apresentador por Rádio BandNews FM, Jornal Metro e O Tempo. Vencedor dos prêmios CDL de Jornalismo em 2021 e Amagis 2022 na categoria rádio

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