Os Correios anunciaram nesta quarta-feira (15) a contratação um empréstimo de R$ 20 bilhões como parte do plano de reestruturação financeira e operacional da estatal. O objetivo é recuperar a liquidez da empresa, regularizar pagamentos atrasados e garantir o funcionamento das operações entre 2025 e 2026.
A operação será feita por meio de um consórcio de bancos, em condições compatíveis com o mercado, e já recebeu aval do Conselho de Administração. O presidente da estatal, Emmanoel Rondon, explicou que a medida busca estabilizar as contas e preparar a empresa para um novo ciclo de crescimento.
“Estamos optando por uma operação que os Correios conseguem suportar, à luz dos resultados que esse pacote de reestruturação vai começar a produzir, com técnica e responsabilidade”, afirmou.
A falta de caixa levou os Correios a atrasarem repasses e pagamentos a parceiros e fornecedores ao longo deste ano. Entre os afetados estão transportadoras contratadas, que desde abril têm reduzido ou paralisado atividades, o que retardou o envio e a entrega de encomendas. No início do ano, a estatal também atrasou o repasse de comissões a agências conveniadas - franqueadas que prestam serviços de recebimento e despacho de pacotes.
“O que aconteceu de fato aqui é que a nossa empresa não se adaptou de forma ágil a uma nova realidade, e essa falta de adaptação fez com que a gente sofresse no resultado, com falta de caixa”, disse Rondon.
O plano de reestruturação anunciado pela empresa prevê três eixos de ação: corte de despesas, diversificação de receitas e melhoria na liquidez. Entre as medidas estão um novo programa de demissão voluntária (PDV), a venda de imóveis ociosos e a renegociação de contratos com grandes fornecedores.
Os Correios também querem retomar a confiança de grandes clientes e investir em novas fontes de receita, especialmente em serviços financeiros e parcerias logísticas. A direção afirma que a prioridade é garantir a sustentabilidade e a competitividade da empresa no longo prazo.
“O setor postal enfrenta desafios no mundo inteiro, mas o caminho é o mesmo de países que conseguiram reagir: gestão e eficiência”, completou o presidente.