Ouvindo...

Câmara de BH aprova, em primeiro turno, aumento da multa contra pichadores para até R$ 10 mil

Foram 29 votos favoráveis, zero abstenções e 9 contrários; Legislativo municipal ainda apreciou outros projetos de lei nesta sexta-feira (7)

Multas saltariam para até R$ 10 mil caso o projeto de lei seja aprovado em segundo turno

A Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) aprovou, em primeiro turno, o Projeto de Lei (PL) 418/2025, que pode aumentar as multas por pichação na capital mineira para até R$ 10 mil.

A proposta, que é de autoria do vereador Vile Santos (PL), e de outros seis parlamentares, altera a Política Municipal de Remoção da Arte Urbana do Grafite e Combate à Pichação no Espaço Público Urbano, elevando o valor das punições.

Atualmente, as multas variam entre R$ 800 e R$ 3,8 mil. Se a proposta for aprovada em segundo turno na Câmara e for sancionada pelo prefeito, Álvaro Damião (União Brasil), as propostas passariam a ser de R$ 2 mil a R$ 5 mil.

Quando a pichação ocorrer em monumentos ou bens tombados, esse valor poderia chegar até R$ 10 mil e, em caso de reincidência, a multa poderia ser dobrada, chegando a R$ 20 mil.

Foram 29 votos favoráveis, zero abstenções e 9 contrários.

Segundo a vereadora Cida Fallabella (PSOL), que votou contra a proposta, afirmou, para a Itatiaia, que o ato de aumentar a multa não resolve o problema em si. "É só uma criminalização cada vez maior e é um tipo de discurso que pega bem para um grupo mais a direita para falar o que a arte é, como a arte deveria ser”, disse.

De acordo com ela, o voto contrário não é ideológico, uma vez que a vereadora Janaína Cardoso (União Brasil), também se manifestou contra a proposta. “A pichação já é considerada crime, já tem suas sanções e essas mudanças aqui, essa lei modifica uma outra lei que já foi aprovada, que tinha um parecer mais equilibrado”, declarou.

Para os autores da proposta, no entanto, a atualização do texto se trata de um “compromisso do Legislativo” com uma “cidade mais limpa”.

Identificação de áreas públicas

A CMBH também votou e aprovou outros projetos de lei nesta sexta-feira (7).

Por unanimidade, o PL 349/2025, avançou na Casa. O projeto, de autoria do vereador Pablo Almeida (PL), determina que as áreas públicas municipais cedidas a terceiros devem conter uma placa informativa e visível com os dados básicos da ocupação.

De acordo com o parlamentar, o objetivo é “reforçar a transparência e o controle social sobre o uso de áreas públicas municipais”.

Esportes náuticos na Lagoa da Pampulha

O PL que instituía as regras para a prática de esportes e atividades náuticas na Lagoa da Pampulha, no entanto, foi retirado de pauta a pedido do próprio autor do texto, vereador José Ferreira (Podemos). De acordo com ele, houve interesse da prefeitura em discutir o tema, mas o Executivo, no entanto, teria pedido mais tempo para tratar da proposta.

O vereador Pedro Patrus (PT), porém, solicitou um requerimento para que o projeto fosse votado ainda nesta sexta-feira, mas o pedido foi indeferido pela maioria dos votos.

Atendimento Prioritário

O PL 281/2025, da vereadora Dra. Michelly Siqueira (PRD), também recebeu sinal verde do Legislativo. O texto, que tramita em primeiro turno, propõe prioridade de atendimento a mães, pais e responsáveis legais que cuidem, de forma direta, contínua e não remunerada, de pessoas com deficiência.

A proposta determina que a prioridade é válida para serviços públicos e privados, como bancos e unidades de saúde.

O descumprimento da determinação poderá gerar penalidades aos estabelecimentos.

Manobras de desengasgo

Em segundo turno, o PL 126/2025, de autoria do vereador Sargento Jalyson (PL), determina que as unidades de saúde da rede pública ofereçam cursos e instruções sobre as manobras de desengasgo durante o pré-natal e pós-natal para gestantes.

O texto, aprovado pela maioria dos vereadores, estabelece que os cursos devem ser divulgados através de cartazes e materiais informativos.

Gastronomia

Também de autoria do vereador Sargento Jalyson, o projeto que institui o Comida di Buteco como patrimônio imaterial de Belo Horizonte foi aprovado, em segundo turno e irá para a sanção ou veto do prefeito da capital, Álvaro Damião.

Leia também

Graduada em Jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais, com passagem pela Rádio UFMG Educativa. Na Itatiaia, já foi produtora de programas da grade e repórter da Central de Trânsito Itatiaia Emive.