O prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião, e a ministra das Mulheres, Márcia Lopes, visitaram nesta quarta-feira (27) as obras da Casa da Mulher Brasileira, no bairro União, região Nordeste da capital. O espaço está previsto para ser entregue no segundo semestre de 2026 e vai reunir serviços voltados ao acolhimento e à proteção de mulheres em situação de violência.
Damião explicou que, após a conclusão da obra, BH conseguirá abrigar, em um só local, todas as etapas da denúncia. “O que acontece hoje: quando acontece uma agressão contra a mulher, ela passa por um equipamento e tem que contar toda aquela história, aí mandam ela para um outro lugar, ela tem que contar novamente a história, aí depois mandam ela para um outro lugar, ela tem que contar, ela conta a história 5, 6 vezes. Esse desgaste é muito pesado, e é esse desgaste que a gente está evitando. Ela vai vir num equipamento só”, disse.
São investidos aproximadamente R$ 17,5 milhões na obra — R$ 10 milhões da União e R$ 7,5 milhões da Prefeitura. “Aqui não tem gasto, aqui tem investimento, porque aqui é um lugar onde a mulher vai se encontrar novamente. Belo Horizonte está muito feliz, a expectativa é que em 2026 a gente possa estar aqui novamente para inaugurarmos esse equipamento, que é um marco histórico na cidade”, completou o prefeito.
Acolhimento completo
A ministra Márcia Lopes destacou a importância do equipamento para reduzir a revitimização de mulheres. “As mulheres que são vítimas de violência, seja ela qual for, vão ser acolhidas aqui. Elas terão um espaço para deixar seus filhos, vão encontrar alojamento, apoio social, psicológico, defensoria, Ministério Público, delegacia especializada, patrulha Maria da Penha e o Judiciário. Ao invés de repetir sua história em vários locais, aqui serão atendidas de forma integral, com todos sabendo do caso, para que ela se sinta segura, protegida e respeitada”, disse.
A ministra lembrou ainda que o país soma hoje 11 unidades da Casa da Mulher Brasileira em funcionamento e outras 31 em fase de obras ou implantação. “É fundamental que os municípios reconheçam esse serviço como essencial para a vida das mulheres. Minas Gerais tem um indicador alto de feminicídio, e não podemos admitir que a cada quatro horas uma mulher morra neste país por ser mulher. Essa obra simboliza um passo firme contra essa realidade”, afirmou.
‘BH não tem espaço para agressores’
À ministra, o prefeito ainda afirmou que “Belo Horizonte não tem espaço para agressores de mulheres. Aqui não se agride criança, mulheres e idosos. Mexeu com eles, mexeu comigo”.
A Casa da Mulher Brasileira vai funcionar em um terreno de mais de 8 mil metros quadrados, com cerca de 3 mil metros de área construída. O espaço terá recepção, triagem, atendimento psicossocial, delegacia, juizado, Ministério Público, Defensoria, alojamento de passagem, brinquedoteca, central de transportes, além de estacionamento e obras de acessibilidade.