Barroso cita chance de saída precoce do STF, mas ressalva: ‘Não bati o martelo’

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso afirmou que não desconsidera se aposentar precocemente do cargo, mas diz que ainda não tomou uma decisão sobre o tema. Em entrevista à CNN Brasil, o magistrado falou sobre a possibilidade de deixar a corte, decisão que traria implicações no cenário político do Brasil nas eleições do ano que vem.

O ministro falou sobre fins de ciclos e citou dificuldades em conciliar a vida pessoal com as obrigações da Suprema Corte. Barroso passará o bastão da presidência do STF para o ministro Edson Fachin nesta segunda-feira (29).

Sobre os planos de deixar o STF de forma precoce, ele disse que era um plano pensado anos atrás para passar mais tempo com a esposa. A companheira do magistrado faleceu aos 57 anos, em 2023, em decorrência de um câncer. Os ministros do STF têm a aposentadoria compulsoriamente decretada ao completar 75 anos. No caso de Barroso, a data chegaria em março de 2033.

“Quanto a sair ou não, eu tinha um projeto efetivo de sair do Supremo, que era público entre os meus amigos. E [era um projeto] de quando a minha mulher era viva. Ela já estava doente, mas tínhamos uma perspectiva de sobrevida maior. Eu tinha um trato com ela de sair para aproveitarmos um pouco a vida, viajar pelo mundo, eu poder ter mais tempo e atenção para ela inclusive. Infelizmente ela faleceu antes, essa motivação eu já não tenho específica. A vida é feita de ciclos”, afirmou à CNN Brasil na última sexta-feira (26).

Impacto na eleição mineira

Os rumores sobre uma possível saída de Barroso são citados nas tratativas para definir o cenário das eleições para o Governo de Minas em 2026. A saída do ministro renderia ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a oportunidade de indicar mais um nome ao STF ainda neste mandato.

A vaga na Suprema Corte seria um desejo antigo do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmam interlocutores. O ex-presidente do Senado, no entanto, é também o nome preferencial - e, por ora, único - de Lula para disputar o cargo de governador em Minas no próximo ano.

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