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Quem assume a vaga de Chiquinho Brazão na Câmara? Suplente é sobrinho de bicheiro do RJ

Ricardo Martins David, conhecido como Ricardo Abrão, já atuou como suplente na Câmara dos Deputados entre fevereiro e outubro de 2023

Ele é sobrinho do bicheiro Anísio e filho do ex-prefeito de Nilópolis, no Rio, Farid Abraão.

Com a cassação do ex-deputado Chiquinho Brazão (sem partido), que perdeu o mandato por decisão da Mesa Diretora da Câmara, a cadeira em vacância será assumida pelo empresário Ricardo Martins David (União Brasil), conhecido como Ricardo Abrão.

Ele é sobrinho do bicheiro Aniz Abraão David, conhecido como Anísio.

Quem é Ricardo Abrão?

O empresário, de 52 anos, recebeu 43,2 mil votos nas eleições de 2022, quando se tornou suplente na Câmara.

Ele já ocupou cargos na Casa entre fevereiro e outubro de 2023, quando a deputada Daniela Carneiro (União Brasil) assumiu o Ministério do Turismo e quando o próprio Chiquinho Brazão foi secretário de Ação Comunitária no Rio de Janeiro.

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Antes de disputar uma vaga no Legislativo federal, Abrão foi eleito deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), entre 2003 e 2007, e posteriormente entre 2011 e 2015.

O pai dele, irmão de Anísio, Farid Abraão, já foi prefeito de Nilópolis, no Rio, por três mandatos.

Seu outro tio, Simão Sessim, também é do meio político, tendo atuado como deputado federal por dez mandatos consecutivos.

Quem é Anísio?

O bicheiro é patrono da escola de samba Beija-Flor de Nilópolis. Ele chegou a ser preso quatro vezes em cinco anos, por lavagem de dinheiro, participação na máfia dos caça-níqueis em 2007, entre outros crimes ligados à contravenção.

Nessas ocasiões, foi solto por habeas corpus concedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ou por decisões do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Em 2012, Anísio foi condenado por formação de quadrilha, mas recorre da decisão em liberdade.

Por que Chiquinho Brazão perdeu o mandato?

Apesar de ser acusado de envolvimento na morte de Marielle, Brazão perdeu o mandato como deputado federal por outra razão. Ele não comparece ao Congresso desde março de 2022, quando foi preso em uma operação da Polícia Federal (PF) que deteve os acusados de mandar matar a vereadora em 2018.

Por faltar a mais de um terço das sessões deliberativas da Câmara, a Mesa Diretora optou por cassar o mandato.

A decisão, no entanto, não o torna inelegível, então, até o momento, ele tem o direito de concorrer às eleições em 2026.

Jornalista pela UFMG com passagem pela Rádio UFMG Educativa. Na Itatiaia desde 2022, atuou na produção de programas, na reportagem na Central de Trânsito e, atualmente, faz parte da editoria de Política.