Ouvindo...

Domingos Sávio diz que PL errou ao lançar Viana em 2022: ‘não nasceu nas nossas bases’

Presidente do Partido Liberal cita erros no último pleito para o governo do estado comenta sobre os nomes possíveis para a sucessão de Romeu Zema em 2026

Deputado Federal Domingos Sávio, presidente do PL-MG

O deputado federal Domingos Sávio, presidente do PL em Minas Gerais, afirmou que o partido não pretende repetir o “erro” da eleição de 2022 ao lançar uma candidatura ao governo sem respaldo das bases partidárias. Em entrevista ao programa ‘Chamada Geral’, na inauguração do novo estúdio da Itatiaia em Brasília, o parlamentar afirmou que a postulação do senador Carlos Viana naquele pleito foi precipitada e impediu que o então ex-presidente Jair Bolsonaro tivesse um palanque forte no estado no primeiro turno.

“Com todo respeito ao Carlos Viana, mas não foi uma candidatura que nasceu nas nossas bases partidárias, até porque ele se filiou na véspera. No nosso entendimento, foi um erro. Não tivemos uma candidatura consistente no campo da direita, com base, estrutura de campanha”, afirmou o parlamentar. “Muitos acham que foi tipo assim: ‘estou no meio do mandato de senador, se perder não perco nada’, e foi para a disputa sem construir com a bancada federal, deputados estaduais, com as lideranças”, disse.

Leia também

Para Domingos Sávio, a ausência de uma estrutura sólida comprometeu o desempenho da direita no primeiro turno em Minas. “O Bolsonaro só fez campanha por dois ou três dias, os dias que ele foi lá. Fora isso, não tinha campanha do Bolsonaro nas ruas de Minas, e isso afetou. No segundo turno o Zema entrou, mas eram poucos dias de campanha. Não vamos cometer o mesmo erro. Temos que ter clareza”, disse.

Nomes para 2026

O deputado defende que o diálogo entre as forças de centro-direita seja iniciado desde já, para que o campo político tenha nomes definidos tanto para o governo do estado quanto para a Presidência da República. “Precisamos ter um candidato à presidência e um candidato ao governo que estejam alinhados, para a gente disputar palmo a palmo o território mineiro. O diálogo agora é fundamental. Precisamos definir o governo do estado antes”, declarou.

Ele citou como nomes que hoje se destacam no espectro político o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos), o deputado federal Nikolas Ferreira (PL) e o vice-governador Mateus Simões (Novo). Segundo Domingos Sávio, os três compartilham da mesma base ideológica e mantêm bom diálogo com o governador Romeu Zema (Novo).

“Hoje os nomes colocados são o Cleitinho, que assumiu uma posição e vota nas nossas pautas no Senado. O Nikolas é uma das figuras com maior número de seguidores do país, e tem se mostrado preparado, com boa formação e um mandato brilhante. E o Mateus Simões, que todos acreditam que sentará na cadeira de governador caso o Zema se afaste, também está no campo que consideramos de centro-direita”, refletiu.

Senado e STF

Sobre uma possível candidatura ao Senado em 2026, Domingos Sávio disse que ainda não se colocou oficialmente, mas admitiu que o seu nome tem sido citado. “Todo dia me liga um prefeito perguntando e eu digo: ‘calma, deixa o partido decidir’. Uma candidatura ao Senado não pode ser por vaidade, projeto pessoal, tem que vir como uma candidatura do grupo.”

O deputado criticou a atuação recente do Senado, que, segundo ele, se omitiu diante de “excessos” do Supremo Tribunal Federal. “O Senado talvez viva o pior momento de sua história. Não tem que perseguir nenhum ministro, mas também não pode se omitir. O Senado fica caladinho”, criticou.

Domingos Sávio defendeu ainda a votação de uma proposta de anistia para presos dos atos de 8 de janeiro. “Tem pessoas sofrendo, com risco de vida. O STF errou e já reconhece isso, mas não tem como recorrer. Só o Congresso pode fazer justiça. A anistia tem que ser construída com prudência. Não é ignorar os crimes, mas aplicar penas nos limites adequados”, disse.

Por fim, o deputado fez críticas ao ministro Alexandre de Moraes. “Respeito muito o STF, e por isso digo que Alexandre de Moraes hoje está entre os criminosos, porque comete o crime de abuso de autoridade por uma obsessão de condenar Jair Bolsonaro”, finalizou.

Graduado em jornalismo e pós graduado em Ciência Política. Foi produtor e chefe de redação na Alvorada FM, além de repórter, âncora e apresentador na Bandnews FM. Finalista dos prêmios de jornalismo CDL e Sebrae.
Edilene Lopes é jornalista, repórter e colunista de política da Itatiaia e podcaster no “Abrindo o Jogo”. Mestre em ciência política pela UFMG e diplomada em jornalismo digital pelo Centro Tecnológico de Monterrey (México). Na Itatiaia desde 2006, já foi apresentadora e registra no currículo grandes coberturas nacionais, internacionais e exclusivas com autoridades, incluindo vários presidentes da República. Premiada, em 2016 foi eleita, pelo Troféu Mulher Imprensa, a melhor repórter de rádio do Brasil.