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Secretário de Zema elogia regulamentação do Propag: ‘Vai garantir a estabilidade de MG’

Luiz Cláudio Gomes afirmou, durante audiência na ALMG, que solução regulamentada pelo presidente Lula será melhor caminho para equilibrar contas de Minas Gerais

Secretário de Fazenda, Luiz Cláudio Gomes, elogiou regulamentação do Propag

O secretário de Estado de Fazenda, Luiz Cláudio Fernandes Gomes, comemorou nesta terça-feira (15), a regulamentação do Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na segunda-feira (14).

Em audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para discutir a revisão salarial dos servidores de Minas, o secretário do governo Zema elogiou o texto sancionado por Lula e disse que ele representará uma solução para a dívida de Minas, que se tornou impagável nos últimos anos.

“O Regime de Recuperação Fiscal foi essencial para que não tivéssemos a cobrança de valores impossíveis ao caixa de Minas Gerais. Se não tivéssemos uma decisão favorável no STF em agosto de 2024, teríamos que ter desembolsado R$ 6 bilhões naquele ano. E nesse ano, em 2025, algo em torno de R$ 23 bilhões. Valores impossíveis. A solução mais benéfica, que depois se tornou lei do Propag, trouxe sustentabilidade no futuro para a dívida de Minas”, afirmou o secretário de Fazenda.

O Propag, elaborado pelo senador Rodrigo Pacheco (PSD), com ajuda do presidente da ALMG, deputado Tadeu Leite (MDB), prevê descontos especiais nos juros para renegociação das dívidas dos estados com o Governo Federal e parcelamentos em até 30 anos.

“Hoje foi publicado o decreto de regulamentação do Propag, ainda estamos absorvendo o que foi trazido neste decreto. Mas, é uma maneira de garantir a estabilidade futura do estado. É muito bom que o Propag tenha sido regulamentado. Vamos encaminhar para a ALMG os projetos necessários para adesão. Vamos buscar obter o melhor resultado para o estado”, disse o secretário de Fazenda.

Próximos passos

A adesão dos estados pode ocorrer até 31 de dezembro de 2025. A oficialização deve ser formalizada pelo governador de cada ente federativo, indicando a intenção de aderir e as condições em que serão transferidos os valores devidos à União.

“O RRF foi essencial naquele momento, para que não tivéssemos a cobrança daqueles valores. Mas, ele não trazia uma solução para a sustentabilidade da dívida do Estado. Em 4 ou 5 anos você alcançaria novamente valores impossíveis para o orçamento. Conseguimos a aprovação do Propag, a despeito de termos alguns reveses com os vetos do presidente da República, mas é um texto mais benéfico, que no curto prazo, infelizmente, traz ônus financeiro maior do que o RRF, mas no longo prazo, de 30 anos, traz benefícios essenciais para o futuro do Estado de Minas Gerais.

Cobranças de servidores

Cobrado sobre a falta de reajustes para os servidores, o secretário de Fazenda avaliou que as contas do estado de Minas Gerais continuam enfrentando dificuldades. Ele relembrou a situação de “insolvência” entre 2016 e 2019, mas afirmou que as contas já estão mais equilibradas.

“Não existe política pública sem um Estado organizado em termos fiscais e financeiros. Isso incluiu as políticas de saúde, segurança e educação. E também as políticas de valorização do funcionalismo. O governador está sendo muito claro de que não vamos assumir compromissos que não podemos cumprir. O risco é muito grande. O estado não entrou no RRF à toa. O estado ficou em situação de insolvência. Isso ficou claro com o atraso de salários, atrasos de transferências constitucionais e sem conseguir pagar seus compromissos”, avaliou Luiz Cláudio Fernandes Gomes.

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Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.