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Sindicato quer aumentar salário de prefeito e vereadores de BH para repor perdas

Sinfisco BH alega que, com o reajuste, servidores de longa carreira que estariam com os salários defasados seriam beneficiados

Prefeitura de BH

Com o propósito de beneficiar servidores de longa carreira que estariam ficando sem receber alguns benefícios na Prefeitura de Belo Horizonte e na Câmara Municipal, o Sindicato dos Auditores Fiscais e Auditores Técnicos de Tributos Municipais de Belo Horizonte (Sinfisco BH) começou a apresentar nesta quinta-feira (27), à Mesa Diretora da Câmara, um projeto de lei que pretende aumentar os salários do prefeito e dos vereadores da capital por meio de recomposição salarial, e, assim, viabilizar a recomposição para outras categorias do Executivo e Legislativo.

Em conversa com a reportagem, o presidente do Sinfisco BH, André de Freitas Martins, explicou que os salários das autoridades máximas do Executivo, o prefeito, e do Legislativo, os vereadores, são considerados ‘tetos’ salariais, de modo que nenhum outro servidor de carreira pode ter salários iguais ou superiores, mesmo que tenham direito. Deste modo, havendo a recomposição na ponta da hierarquia nas duas casas, fica aberta uma margem para atender outros servidores.

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Como os reajustes só podem ser feitos de uma legislatura para outra, podendo ser válidos apenas depois da próxima eleição, o sindicato enxergou uma possibilidade de recomposição inflacionária por meio de um projeto de lei, o que pode encurtar este caminho.

Em nota enviada à Itatiaia, o sindicato argumenta que “Com relação ao congelamento dos subsídios dos agentes políticos de Belo Horizonte, que já dura cinco anos, e pode se estender até o final da atual legislatura, totalizando nove anos sem recomposição, o Sinfisco BH defende que a recomposição inflacionária através da aplicação de índices oficiais visa tão somente a manutenção do poder de compra dos salários, e não pode ser confundida com ganhos reais”.

Ainda segundo a nota, entre fevereiro de 2020 e dezembro de 2024, o acumulado da inflação (IPCA) foi de 33,46%, número que não foi acompanhado pelo salário do prefeito e dos vereadores de BH.

O Sinfisco BH argumenta ainda que a tentativa do projeto de lei é fornecer recomposição aos servidores que não estão incluídos em outras categorias que costumam ter aumentos salariais. “O projeto defendido pelo Sinfisco BH possui respaldo técnico e legal e visa apenas garantir alguma recomposição, da mesma forma que todos os servidores públicos, agentes políticos federais e estaduais, e trabalhadores do setor privado tiveram nos últimos anos. Defendemos, simplesmente, o que já é garantido constitucionalmente: uma recomposição da inflação para que se atenue as perdas decorrentes da escalada dos preços”.

Qual seria o novo salário?

Levando-se em consideração a defasagem apontada pelo sindicato em nota enviada à Itatiaia, que é de 33,46%, o salário do prefeito poderia subir dos atuais R$ 35.645,22 – segundo o Portal da Transparência do Município - para R$ 47.571 (sem considerar os descontos).

De acordo com a Transparência da Câmara Municipal de Belo Horizonte, um vereador recebe, em média, o subsídio de R$ 18.402,02, e poderia passar a receber R$ 24.559 (sem considerar os descontos).

Tramitação vai depender da mesa diretora da casa

Para o projeto de lei ser apresentado oficialmente, é preciso que a Mesa Diretora, formada por 6 vereadores, protocole o texto. Para isso, é necessário que ao menos quatro parlamentares assinem a proposta. Apenas a vereadora Fernanda Pereira Altoé (Novo) recebeu representantes do Sinfisco BH até o momento para a apresentação da proposta.

Caso a Mesa Diretora, encabeçada pelo presidente Professor Juliano Lopes (Podemos), permita a tramitação da proposta, o texto pode receber algumas emendas e tramitar em turno único, dependendo apenas de uma votação em plenário, dispensando votações em comissões e a tramitação em dois turnos.

Jornalista graduado pela PUC Minas; atua como apresentador, repórter e produtor na Rádio Itatiaia em Belo Horizonte desde 2019; repórter setorista da Câmara Municipal de Belo Horizonte.