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Ao lado de Lula, Alcolumbre diz que ninguém pode ‘cantar de galo’ sobre preservação no Amapá

Presidente do Congresso, que é defensor da exploração de petróleo na Foz do Rio Amazonas, diz que mundo não pode impor agenda de preservação sobre o estado

Em evento realizado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Macapá, capital do Amapá, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), reforçou a ideia de que as decisões sobre preservação ambiental do estado devem partir dos “filhos do Amapá”. A fala foi uma crítica velada às avaliações do Ibama, responsável por analisar a liberação da permissão à Petrobras para explorar petróleo na Foz do Amazonas.

Alcolumbre, que defende a extração – posição alinhada com a de Lula –, ressaltou: “Não venha o mundo cantar de galo em relação à nossa capacidade de preservar. O mundo não pode impor ao Amapá nada na relação da preservação e da manutenção do meio ambiente”, disse.

A fala do senador opõe, mais uma vez, as duas alas do governo que se dividem sobre a possibilidade de exploração de petróleo na Margem Equatorial, no litoral do Amapá - do outro lado está a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Apesar de não se opor publicamente exploração por parte da petrobras, a ministra defende o trabalho técnico do Ibama.

A região a ser explorada tem grande potencial de conter reservatórios de petróleo, no entanto, a exploração é questionada por ambientalistas, em razão de possíveis danos ambientais.

O Plano Estratégico da Petrobras para o período 2024-2028 prevê investimentos de US$ 3,1 bilhões e a perfuração de 16 poços em toda a extensão da Margem Equatorial, que vai do Amapá ao Rio Grande do Norte. Contudo, a empresa só tem autorização do Ibama para perfurar dois deles, na Bacia Potiguar, na costa do Rio Grande do Norte.

Ontem, em entrevista, Lula seguiu a posição de Alcolumbre e defendeu a continuidade da exploração. O presidente Lula também criticou o processo de liberação das licenças ambientais por parte do Ibama, classificando a avaliação do órgão ambiental como “lenga lenga” - a fala foi contestada por uma entidade de servidores do Ibama.

Lula no Amapá

O evento em Macapá foi um grande aceno do governo Lula ao novo presidente do Congresso Nacional. Além de defender a pauta da exploraçaõ de petroleo na região, o presidente também seu time de ministros para divulgar anúncios para a região, como a concessão de terras e investimentos em educação.

Acompanharam o presidente Lula na agenda os ministros Camilo Santana (Educação), Celso Sabino (Turismo), Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), Esther Dweck (Gestão e Inovação), Rui Costa (Casa Civil), Alexandre Silveira (Minas e Energia), Waldez Góes (Desenvolvimento Regional), Sidônio Palmeira (Secom), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), Jader Filho (Cidades), Marcio Macedo (Secretaria-geral) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais).

Durante o evento foram entregues 282 unidades habitacionais do programa Minha Casa Minha Vida. O empreendimento, cujo custo total foi R$ 23,3 milhões, é uma do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), planejada em 2007.

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Repórter da Rádio Itatiaia em Brasília atuando na cobertura política dos Três Poderes. Mineiro formado pela PUC Minas Gerais, já teve passagens como repórter e apresentador pela Rádio BandNews FM, Jornal Metro e O Tempo. Vencedor do prêmio CDL de Jornalismo em 2021 e Amagis 2022 na categoria rádio.
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