O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, afirmou, em coletiva de imprensa, nesta quarta-feira (5), em Belém, no Pará, que a COP 30, realizada na cidade do Norte do país, será a “COP da verdade”. “Após 30 anos da conferência no Rio de Janeiro, a Cúpula da Terra, Rio 92, vamos passar da fase de negociação das regras para implementação”, definiu.
De acordo com ele, será o momento dos líderes globais encararem com “honestidade” o desafio da mudança climática. “A realidade impõe respostas mais fortes e rápidas. Mesmo em um cenário de implementação total das novas metas climáticas, já apresentadas por 64 países, o planeta ainda caminha para um aquecimento entre 2,3 e 2,5° C, até o final do século XXI. Muito acima, portanto, do limite de 1,5 estabelecido no Acordo de Paris”, detalhou.
“Esse tema tem sido prioridade da nossa política externa, mas não é um desafio que o Brasil ou nenhum país possa vencer sozinho. A resposta precisa ser um esforço coletivo da comunidade internacional”, acrescentou o ministro.
As reuniões do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com lideranças e chefes de Estado nesta quarta-feira chegaram a cerca de 70, segundo Vieira, que classificou os encontros como positivos. “Nessas conversas de hoje foram tratados temas bilaterais, obviamente de política internacional, mas o foco principal foi o enfrentamento global à mudança do clima e sobretudo as negociações para a COP 30”, afirmou.
O chanceler ainda negou, quando questionado por jornalistas, que haja um “esvaziamento” do evento em Belém, ressaltando que grandes nações e chefes de Estado confirmaram presença na COP 30. “Há muitas potências, como a União Europeia, que é uma potência sem dúvida nenhuma, está com o presidente da comissão e o presidente do conselho. O importante é a participação, o número de países que participam. É muito grande”, ponderou.