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Entidade de servidores do Ibama acusa Lula de interferência sobre exploração na Foz do Amazonas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) publicamente para que a Petrobras seja autorizada a pesquisar uma eventual exploração de petróleo no Foz do Amazonas

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A Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente (ASCEMA), que representa os servidores do Ibama, divulgou uma nota nesta quarta-feira (12) criticando a fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a exploração de petróleo na Foz do Amazonas.

A entidade se manifestou horas depois de o presidente Lula sugerir que o Ibama, mesmo sendo órgão federal, estaria atuando contra o governo.

“É inadmissível qualquer tipo de pressão política que busque interferir no trabalho técnico do órgão, especialmente quando se trata de uma decisão que pode resultar em impactos ambientais irreversíveis. As declarações que desqualificam o Ibama e seus servidores desrespeitam o papel fundamental da instituição na defesa do interesse público, que é seu objetivo final, independente do governo da vez”, afirmou a entidade.

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O discurso foi feito após Lula cobrar o fim do “lenga-lenga” para autorizar a Petrobras a iniciar pesquisas na Foz do Amazonas.

“Nós precisamos autorizar que a Petrobras faça pesquisa, é isso que nós queremos. Se, depois, a gente vai explorar é outra discussão. O que não dá é para ficar nesse ‘lenga-lenga’, o Ibama é um órgão do governo parecendo que é um órgão contra o governo”, afirmou Lula, em entrevista à Rádio Diário FM.

Ainda em nota, a ASCEMA cobrou que o Ibama seja reconhecido como órgão de Estado, “motivo pelo qual propusemos uma emenda parlamentar para que passe a ter esse status e não fique sujeito a interferências políticas como a que o presidente Lula tenta implementar”.

“É contraditório que um país que sediará a COP-30, um evento de relevância global para o enfrentamento das mudanças climáticas, adote posturas que fragilizam a governança ambiental e colocam em risco compromissos assumidos internacionalmente. O Brasil tem a oportunidade de se consolidar como potência ambiental e no desenvolvimento sustentável, e isso só será possível com o fortalecimento das instituições ambientais e o respeito aos seus processos técnicos”, concluiu a entidade, em um comunicado.


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Repórter da Itatiaia desde 2018. Foi correspondente no Rio de Janeiro por dois anos, e está em Brasília, na cobertura dos Três Poderes, desde setembro de 2020. É formado em Jornalismo pela FACHA (Faculdades Integradas Hélio Alonso), com pós-graduação em Comunicação Eleitoral e Marketing Político.