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Para CDL/BH e Fiemg, novo aumento da taxa de juros pode inibir consumo e desacelerar economia

Entidades mostraram preocupação com decisão do Copom em elevar a Selic de 12,25% para 13,25% ao ano

Copom elevou a Selic de 12,25% para 13,25% ao ano

O quarto reajuste consecutivo da taxa básica de juros pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), elevando a Selic de 12,25% para 13,25% ao ano, definido nesta quarta-feira (29), não foi bem recebido pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) e pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg). Na avaliação das duas entidades, a decisão pode inibir o consumo e desacelerar a atividade econômica no país.

De acordo com o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva, ainda que a elevação da taxa de juros seja uma estratégia correta para conter o avanço da inflação, ela pode prejudicar o comércio. “Entendemos que essa estratégia é para coibir a inflação, já que, no momento, temos um mercado de consumo aquecido pelo pleno emprego e resiliência das atividades econômicas. O receio é que esse freio ao consumo seja além da conta e prejudique o comércio, maior gerador de empregos da cidade”, ponderou.

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Marcelo de Souza e Silva avalia que o governo federal deveria encontrar maneiras de controlar a inflação sem impactar a taxa de juros. “A Selic chega em seu maior patamar desde 2023. Estimam ainda que, em 2025, chegue a 15%. A ampliação do período de aumentos pode impactar o comércio, já que o reajuste pesa no bolso do consumidor, reduz o acesso ao crédito e limita o consumo. O ideal é que o governo encontre alternativas para conter o cenário inflacionário sem prejudicar um setor que, somente agora, apresenta sinais de recuperação pós-pandemia”, disse o presidente da CDL.

Já o presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, prevê consequências negativas com os seguidos aumentos da taxa de juros. “A elevação da Selic a níveis tão altos tende a restringir os investimentos produtivos, aumentar os custos de produção e reduzir a competitividade da indústria brasileira e mineira, especialmente em um contexto em que o ‘custo Brasil’ já é excessivamente elevado, com gargalos logísticos, carga tributária elevada e crédito mais caro”, explicou.

Roscoe reforçou ainda a importância de uma política monetária equilibrada e cautelosa. "É fundamental adotar ações que, além de controlar a inflação, freiem o gasto público, preservem o ambiente de negócios, incentivem investimentos produtivos e promovam o crescimento econômico de forma sustentável”, disse o presidente da Fiemg.


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