O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a se manifestar sobre as investigações relativas à suposta tentativa de golpe de Estado no fim de 2022. 
“O golpe de Estado tem que ter a participação de todas as Forças Armadas, senão não é golpe de Estado. Ninguém dá golpe de Estado num domingo, em Brasília, com pessoas que estavam com bíblias debaixo do braço e bandeira do Brasil na mão, nem usando estilingue, bolinha de gude e, muito menos, bastão. Não tinha um comandante pra isso aqui”, disse Bolsonaro, emendando:
“Ninguém vai dar golpe com um general da reserva e mais meia dúzia de oficiais. É um absurdo o que estão falando da minha parte. Da minha parte nunca houve discussão de golpe. (...) A palavra golpe nunca esteve no meu dicionário.”
O relatório final da investigação foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF).
O relatório final foi encaminhado com o indiciamento de 37 pessoas pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
O pedido de indiciamento marca a conclusão da investigação, que focou nos responsáveis pela incitação, financiamento e organização dos acampamentos em frente aos quartéis do Exército, montados logo após a divulgação do resultado das eleições de 2022, quando Bolsonaro foi derrotado na tentativa de reeleição.
As investigações apontaram que os investigados se estruturaram por meio de divisão de tarefas, o que permitiu a individualização das condutas e a constatação da existência de seis grupos:
- Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral;
 - Núcleo Responsável por Incitar Militares a aderirem ao Golpe de Estado;
 - Núcleo Jurídico;
 - Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas;
 - Núcleo de Inteligência Paralela;
 - Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas.
 
Veja a lista completa de indiciados:
- Ailton Gonçalves Moraes Barros (Capitão reformado do exército)
 - Alexandre Castilho Bitencourt Da Silva (Coronel do Exército)
 - Alexandre Rodrigues Ramagem (Deputado Federal e ex-chefe da Abin)
 - Almir Garnier Santos (Ex-comandante da Marinha)
 - Amauri Feres Saad (Advogado)
 - Anderson Gustavo Torres (Ex-ministro da Justiça)
 - Anderson Lima De Moura (Coronel do Exército)
 - Angelo Martins Denicoli (Major da reserva do exército)
 - Augusto Heleno Ribeiro Pereira (General da reserva e ex-chefe do GSI)
 - Bernardo Romao Correa Netto (Coronel do Exército)
 - Carlos Cesar Moretzsohn Rocha (dono do Instituto Voto Legal)
 - Carlos Giovani Delevati Pasini (Coronel da reserva)
 - Cleverson Ney Magalhães (Coronel do Exército)
 - Estevam Cals Theophilo Gaspar De Oliveira (General da reserva)
 - Fabrício Moreira De Bastos (Coronel da reserva)
 - Filipe Garcia Martins (Ex-assessor de Bolsonaro)
 - Fernando Cerimedo (Marqueteiro político)
 - Giancarlo Gomes Rodrigues (Subtenente do Exército)
 - Guilherme Marques De Almeida (Tenente-coronel do exército)
 - Hélio Ferreira Lima (Tenente-coronel do exército)
 - Jair Messias Bolsonaro (Ex-presidente da República)
 - José Eduardo De Oliveira E Silva (Padre)
 - Laercio Vergilio (General da reserva)
 - Marcelo Bormevet (Policial Federal)
 - Marcelo Costa Câmara (Coronel do exército e ex-assessor de Bolsonaro)
 - Mario Fernandes (General da reserva)
 - Mauro Cesar Barbosa Cid (Tenente-coronel do Exército e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro)
 - Nilton Diniz Rodrigues (General de brigada do Exército)
 - Paulo Renato De Oliveira Figueiredo Filho (Jornalista)
 - Paulo Sérgio Nogueira De Oliveira (General da reserva e ex-ministro da Defesa)
 - Rafael Martins De Oliveira (Tenente-coronel do Exército)
 - Ronald Ferreira De Araujo Junior (Tenente-coronel do Exército)
 - Sergio Ricardo Cavaliere De Medeiros (Tenente-coronel do Exército)
 - Tércio Arnaud Tomaz (Ex-assessor de Bolsonaro)
 - Valdemar Costa Neto (Presidente do PL)
 - Walter Souza Braga Netto (General da reserva, ex-ministro e candidato a vice em 2022)
 - Wladimir Matos Soares (Policial Federal)