O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), encerra seu mandato à frente da Casa só em fevereiro de 2025, mas a disputa por sua sucessão já está a todo vapor.
No momento há três principais candidatos: Hugo Motta (Republicanos-PB), Elmar Nascimento (União-BA) e Antonio Brito (PSD-BA).
Até o início de setembro, Elmar era tido como o favorito na disputa por sua proximidade com Lira, de quem é amigo.
O deputado baiano tentava vencer a resistência de setores da esquerda ao seu nome, por conta de seu histórico de oposição ao PT, partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Além disso, Elmar também era visto como distante dos deputados do “baixo clero”, como são chamados os parlamentares com pouca influência na Casa.
O perfil do líder do União Brasil é oposto ao de Brito, reconhecido por dialogar com todos os setores da Câmara, da esquerda à direita. “Eu não estou nem no baixo, nem no alto clero. Estou no elevador”, costuma brincar o líder do PSD.
Apesar disso, deputados apontam na proximidade de Brito com o governo um empecilho para atrair o apoio da oposição. Parlamentares também apontam o receio de que haja influência do presidente do PSD, Gilberto Kassab, nos rumos da Casa.
Além dos dois deputados baianos, o presidente do Republicanos e vice-presidente da Câmara, Marcos Pereira (SP), também estava no páreo. Mas foi justamente ele quem mudou o cenário e embaralhou a disputa.
Sai Pereira, entra Motta
Após
Motta é considerado uma pessoa de bom trânsito entre parlamentares governistas e da oposição, apesar de também ser ligado a adversários de Lula, como o presidente do Progressistas, senador Ciro Nogueira (PP), e o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (Republicanos).
Lira então decidiu apoiar o paraibano na disputa e
Preterido,
Para ser eleito presidente da Câmara, o candidato precisa garantir os votos favoráveis de 257 deputados, maioria absoluta da Casa. Caso isso não aconteça, os dois mais votados disputam um segundo turno, em que o mais votado vence.
PT: o fiel da balança
Na tentativa de consolidar a maior aliança possível, todos os candidatos têm buscado conquistar o apoio do PT, partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Motta, Elmar e Brito já se reuniram com Lula no Palácio do Planalto, mas o petista
Em 2015, Dilma apoiou a candidatura de Arlindo Chinaglia (PT-SP) para a presidência da Câmara contra Eduardo Cunha, à época deputado pelo Rio de Janeiro no então PMDB. O deputado carioca venceu em primeiro turno com 267 votos, dez a mais do que o necessário. Mais tarde, em dezembro daquele ano, Cunha abriu o processo de impeachment que resultou na destituição da petista.
Assim, sem o apoio de Lula, os candidatos tentam conquistar o apoio do PT.
Brito e Elmar tentam articular um bloco que reúna seus partidos, PSD e União Brasil, com as siglas de esquerda e outras do centrão, como o MDB. A ideia é que assim eles conseguiriam isolar o PP, de Lira, o Republicanos, de Motta, e o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro – que tem a maior bancada, com 92 deputados.
Essa movimentação é descartada por Lira. O atual presidente
Enquanto as movimentações acontecem, o PT adia sua decisão. Na última terça-feira (15), o líder do partido na Casa, Odair Cunha (MG), disse que o