Os manifestantes que participam dos atos de protesto contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na Praça da Liberdade, na região Centro-sul de BH, organizaram um abaixo assinado pedindo a anistia para pessoas que foram presas nos atos antidemocráticos do dia
Várias lideranças da direita se concentram na Praça da Liberdade, na manhã deste sábado (7), para protestar contra Moraes. Foram montadas várias tendas na praça, sendo uma delas destinada a colher assinaturas pedindo a anistia aos presos de 8 de janeiro.
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Um dos participantes do abaixo assinado foi um dos presos durante os atos de 8 de janeiro e considera que várias prisões foram feitas de forma arbitrária e injusta. Segundo ele, que pediu para não ser identificado, muitos presos não participaram dos atos de vandalismo na Praça dos Três Poderes.
“Pessoas que acreditavam na liberdade. Não são vândalos ou criminosos, ali tinham homens e mulheres de todas as idades e de todas as classes sociais. As pessoas ali seguiam o que acreditavam. As pessoas que estavam em frente aos quartéis não promoveram nenhuma desordem. Já as pessoas que promoveram a quebradeira dentro dos prédios não estavam conosco”, diz o homem em conversa com a reportagem da Itatiaia na Praça da Liberdade.
“Nós temos o exemplo de uma mulher que matou, foi condenada, e está solta. Agora, uma professora, com uma garrafa de água, que participava de uma manifestação, foi presa. Precisamos de anistia para as pessoas que foram injustiçadas. São brasileiros que foram às ruas querendo o melhor para o país. Eu fiz um acordo, pagar uma multa de R$ 5 mil, trabalho comunitário, curso de democracia, que ainda não tem dia ou data para começar. Muitas pessoas perderam os empregos. Eu mesmo perdi meu trabalho e estou desempregado. Como você consegue trabalhar com uma tornozeleira eletrônica?”, questiona.
‘Julgamento injusto’
Uma das organizadoras da coleta de assinaturas, Isaura Simões, afirmou que a falta de um julgamento justo motivou o abaixo assinado.
“A finalidade é coletar assinaturas, motivado pela falta de julgamento, é uma iniciativa popular. Para que as pessoas sejam anistiadas, elas não tiveram julgamento justo. É uma das pautas dos atos de 7 de Setembro: anistia em favor das pessoas que foram presas injustamente no dia 8 de janeiro. Tem pessoas que nem estavam perto dos prédios que foram invadidos e mesmo assim foram presas”, diz Isaura.
Depredação de prédios públicos
Os ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro de 2023 são classificados por algumas das principais autoridades do país como um
Naquele 8 de janeiro, 243 pessoas foram presas em flagrante dentro dos prédios públicos (161 homens e 82 mulheres), após uma ação da polícia para retomar o comando das instalações públicas. Ainda no dia 8, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, foi afastado do cargo por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. A decisão foi confirmada em plenário pelos demais ministros da Suprema Corte.
Horas após os ataques, Moraes ordenou que todos os acampamentos instalados no entorno de quartéis e unidades fossem desmobilizados, além de determinar a desocupação de vias e prédios públicos em todo o país e autorizar a apreensão de ônibus que levaram os grupos para o Distrito Federal.
