Um esquema estruturado de venda de drogas do
Chamadas pelos traficantes de “lojas”, os pontos de venda de drogas estavam distribuídos em 84 pontos da zona leste de São Paulo, além de Guarulhos, Suzano, Itaquaquecetuba, Ferraz de Vasconcelos e Mogi das Cruzes, na região metropolitana da capital paulista.
Algumas das lojas do tráfico faturavam até R$ 700 mil por semana. Inspirado na organização de uma empresa com franquias, os pontos tinham auditoria financeira, monitoramento por câmeras, recursos humanos e até licença médica para traficantes que ficassem doentes.
Nesta terça, a Polícia Civil prendeu 17 pessoas durante a operação “auditoria”. Segundo a Polícia Civil, todos eles são faccionados e ligados ao PCC. Entre eles, foram presos dez homens que exerciam a função de “auditoria”.
Os auditores estão entre as posições mais altas e estratégicas dentro do organograma da organização criminosa paulista. Eles são responsáveis por fazerem a contabilidade financeira, controlar o estoque de drogas e fazer pedidos de novas remessas de entorpecentes com base nas vendas que estão estão sendo feitas.
O delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Artur Dian, destaca a organização do grupo criminoso. “Nós vimos uma verdadeira estrutura criminosa. Tínhamos até licença médica de indivíduos que cuidavam de pontos de tráfico. Indivíduos que estavam enfermos e não poderiam trabalhar nos pontos de tráfico eram afastados e isso era contabilizado pelos auditores. Tínhamos monitoramento de câmeras, pontos de tráfico que angariavam mais de R$ 700 mil por semana”, explica.
O delegado Guilherme Leonel diz que a organização criminosa atuava com uma empresa. “Esses pontos são da facção. E esses auditores são faccionados, por óbvio, e são as pessoas que exercem a função mais alta dentro daquele determinado ponto de tráfego. Abaixo dele está o rapaz que faz a venda direta, o rapaz que abastece. Então é como se fosse uma empresa. E existem vários grupos de WhatsApp, eles se falam entre eles”, conclui.
Os policiais saíram às ruas nesta terça-feira para cumprir 38 mandados de prisão, sendo que 18 eram contra os auditores do PCC. Dez deles foram presos, oito não foram encontrados. Ao todo, a polícia continua as buscas por 21 foragidos.