O presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD), afirma que não adianta promover manifestações com a intenção de pressioná-lo a aceitar o pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes.
As declarações de Pacheco foram dadas na tarde desta sexta-feira durante uma cerimônia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) que o homenageou por repasses de emendas para as universidades federais mineiras. Pacheco diz que não toma atitudes “na base da pressão”.
‘O que for para me sensibilizar vai ser muito bem-vindo. Não adianta querer me pressionar porque na base da pressão não vai a lugar nenhum. Eu tenho responsabilidade com o meu cargo. Eu sei o que eu represento e a responsabilidade que eu tive no momento em que muitas pessoas ofendiam a democracia e queriam fazer uma intervenção militar no nosso país, para que você não pudesse me entrevistar, para que ele que não pudesse estar aqui falando. Então essas pessoas não têm compromisso democrático com o Brasil. Agora uma manifestação desse tipo vai reunir pessoas que eu tenho certeza que têm compromisso com o Brasil também, que vão fazer manifestações, que querem uma causa e nós temos que respeitá-los e obviamente que se a manifestação tiver o que for materializado para poder decidir, no momento oportuno eu vou decidir’.
Rodrigo Pacheco diz que respeita manifestações desde que elas não “descanbem.
‘Eu respeito à democracia e, ao respeitar a democracia, eu respeito às manifestações, quaisquer que sejam elas. Mas que elas não descambam para pressões de ordem de ameaça, de constrangimento, de ofensas reputacionais a profissão e a função que nós exercemos. Respeito às divergências. Manifestem, todos têm direito de manifestar, de todos os segmentos ideológicos. Mas manifestem dentro de uma de uma base democrática, do respeito à divergência. Isso é fundamental nós retomarmos no Brasil para poder estabelecer relações civilizadas entre os poderes e entre a sociedade. Eu tenho a minha função como presidente do Senado, sei da responsabilidade que representa e o que vier para eu decidir eu decidirei da forma mais tranquila possível, com base na decência, na responsabilidade com o país e sobretudo com respeito à democracia’.
A cerimônia foi realizada no conservatório da UFMG, no centro de Belo Horizonte. O evento contou com a presença do ministro do Tribunal de Contas da União, Antônio Anastasia, e de reitores de instituições federais como Sandra Regina Goulart, responsável pela UFMG.
Manifestações do 7 de setembro
Manifestações pedindo o impeachment de Moraes vai ocorrer em Belo Horizonte e São Paulo. Em BH, o ato promete reunir 15 mil pessoas na Praça da Liberdade, na região Centro-sul da cidade. Políticos como o candidato a prefeito, Bruno Engler (PL) e o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos) já confirmaram a Itatiaia que vai participar do ato em BH.
Com base em uma reportagem da Folha de São Paulo que aponta que Moraes praticou atos fora do rito processual, a direita afirma que o ministro da suprema corte desrespeitou o devido processo legal. A manifestação foi convocada por movimentos de direita de Minas Gerais.
Segundo os organizadores, a expectativa de público foi projetada com base nos números registrados nos atos “Fora, Lula” realizados em BH após o petista Luiz Inácio Lula da Silva tomar posse como Presidente da República.
Uma estrutura de áudio e vídeo será montada no local com telões, além de trios elétricos.
Bolsonaristas focam em ato na avenida Paulista
Apesar da convocação do movimento em Belo Horizonte, o foco de bolsonaristas no dia 7 de setembro é para os atos que já foram convocados para a Avenida Paulista, em São Paulo.
Bolsonaro e lideranças nacionais do partido, como o deputado federal por Minas Gerais, Nikolas Ferreira, são aguardados na capital paulista. Governadores, senadores, deputados federais e estaduais de diferentes estados também devem engrossar as fileiras do evento, marcado para um mês antes do primeiro turno das eleições municipais.
Os principais momentos do ato na paulista serão transmitidos por meio de telões na praça da liberdade. Além disso, os organizadores do ato em BH estão articulando para que políticos da direita possam participar virtualmente do protesto em BH.