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Lula minimiza dúvidas sobre a eleição na Venezuela: ‘nada de grave’

No poder desde 2013, Nicolás Maduro venceu disputa, contrariando as expectativas que vinham sendo desenhadas por pesquisas eleitorais.

Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil) e Nicolás Maduro (Venezuela)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não vê anormalidades ou gravidades no processo eleitoral da Venezuela, que vem sendo questionado após a proclamação da vitória de Nicolás Maduro. O atual presidente, que está no poder desde 2013, teria vencido a disputa com 51% dos votos, contrariando as expectativas que vinham sendo desenhadas por pesquisas eleitorais.

“Então tem um processo. Não tem nada de grave, não tem nada de assustador, eu vejo a imprensa brasileira tratando como se fosse a Terceira Guerra Mundial. Não tem nada de anormal. Teve uma eleição. Teve uma pessoa que disse que tem 51%, tem outra pessoa que teve 40 e pouco por cento. Um concorda o outro não, entra na Justiça e a Justiça faz”, disse o presidente brasileiro, nesta terça-feira (31), à “TV Centro América”, afiliada da “TV Globo” no Mato Grosso.

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Foi a primeira vez que o presidente brasileiro se manifestou sobre o resultado das urnas, que vem sendo contestado.

Para Lula, para resolver o impasse, é necessário que as autoridades venezuelanas apresentam as atas de votação – boletins que registram os votos em cada urna.

Protestos
Caracas e outras cidades da Venezuela estão tomadas por protestos nesta terça-feira (30) pelo segundo dia seguido. Os manifestantes contestam a suposta vitória do ditador Nicolás Maduro na eleição do último domingo (28), assim como a Organização dos Estados Americanos (OEA) e dezenas de países.

Confira abaixo tudo o que se sabe sobre a eleição na Venezuela e o que falta saber sobre o futuro de Nicolás Maduro

Quem venceu a eleição? Maduro ou Gonzalez?

De acordo com o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, Nicolás Maduro foi reeleito presidente com 51,2% dos votos, com 80% das cédulas já apuradas. No entanto, a oposição questiona o resultado e afirma que Edmundo González obteve 70% dos votos. O resultado foi anunciado horas após o fechamento das urnas pelo CNE, órgão eleitoral comandado pelo ditador. A entidade, no entanto, não apresentou o detalhamento dos votos nem as atas dos colégios eleitorais, o que gerou dúvidas sobre a legalidade do pleito.

Quem reconheceu a vitória de Maduro?

Países com alinhamento mais à esquerda do espectro político reconheceram a vitória de Maduro, como a Rússia (de Vladimir Putin), a China (de Xi Jinping) e Cuba (de Miguel Díaz-Canel Bermúdez). Por coincidência, essas três nações não são plenamente democráticas. Irã, Honduras, Bolívia e Nicarágua também reconheceram o resultado das eleições venezuelanas.

Quem não reconheceu a vitória de Maduro?

Os principais países do mundo, como Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Espanha e Itália, questionaram o resultado na Venezuela, assim como a União Europeia. Argentina, Uruguai, Chile e outros vizinhos latino-americanos também contestaram a reeleição de Maduro e, por isso, tiveram seu corpo diplomático expulso da Venezuela.

O Brasil apenas elogiou o caráter pacífico da votação, sem citar o polêmico resultado, mas o Partido dos Trabalhadores (PT), do presidente Lula, reconheceu a vitória de Maduro e classificou a eleição na Venezuela como uma ‘jornada pacífica’.

Como os venezuelanos reagiram ao resultado?

A maior parte da população venezuelana recebeu com indignação o resultado da eleição. Desde segunda-feira (29), Caracas e outras grandes cidades do país foram tomadas por protestos. Aos gritos de ‘vai cair, e vai cair, este governo vai cair’, os venezuelanos ocuparam ruas e avenidas e demonstraram sua contrariedade. Cartazes de Maduro e Chávez foram queimados e estátuas do ex-presidente venezuelano foram derrubadas e destruídas.

O que vai acontecer agora na Venezuela?

Enquanto Maduro se prepara para assumir um novo mandato e usar os órgãos oficiais em seu poder para reprimir violentamente os manifestantes, os países e entidades mundiais discutem soluções para a questão venezuelana. A Organização dos Estados Americanos (OEA) denunciou nesta terça (30) que as eleições presidenciais de domingo (28) sofreram ‘a manipulação mais aberrante’. Segundo o documento, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela se mostrou tendencioso em relação ao governo.

A terça (30) é marcada por novos protestos em Caracas e outras cidades da Venezuela. Enquanto isso, o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, anunciou a detenção de 749 pessoas durante as manifestações e classificou os presos como ‘criminosos’.

(com informações de Célio Ribeiro)


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