Por que a Anistia foi pautada na Câmara dos Deputados?

O acordo de votação no Senado viabilizou a discussão na Câmara

Fachada do Congresso Nacional, em Brasília

A anistia foi pautada na Câmara dos Deputados porque houve um acordo para que Davi Alcolumbre (União), presidente do Senado, se comprometeria a pautar o texto na Casa Alta.

A articulação foi feita pelos senadores Flávio Bolsonaro (PL) e Rogério Marinho (PL), líder da oposição, para evitar o risco de a proposta ser aprovada na Câmara e barrada no Senado, como ocorreu com a PEC das Prerrogativas, apelidada de PEC da Blindagem.

A condição de Alcolumbre era que fosse votada primeiro a dosimetria, e não a anistia, seguindo o desejo da maioria dos parlamentares de centro. Aprovado o texto na Câmara, ele segue para o Senado, onde não está descartada a possibilidade de a oposição apresentar emendas para deixar o texto mais radical.

Leia também

A peça atual considera, para fins de pena, o crime com a punição mais alta entre tentativa de golpe e atentado à democracia, e reduz o tempo de progressão de pena, ou seja, o período em que o condenado precisa cumprir regime fechado antes de migrar para o semiaberto.

Se passar no Senado como está, o texto vai para as mãos de Lula, que deve vetar. Caso isso aconteça, o veto pode ser derrubado pelo Congresso e a matéria pode ser levada ao STF, que decidirá se, por exemplo, considerar a pena mais alta entre crimes ligados ao golpe - e que não podem ser anistiados - é ou não inconstitucional.

Edilene Lopes é jornalista, repórter e colunista de política da Itatiaia e podcaster no “Abrindo o Jogo”. Mestre em ciência política pela UFMG e diplomada em jornalismo digital pelo Centro Tecnológico de Monterrey (México). Na Itatiaia desde 2006, já foi apresentadora e registra no currículo grandes coberturas nacionais, internacionais e exclusivas com autoridades, incluindo vários presidentes da República. Premiada, em 2016 foi eleita, pelo Troféu Mulher Imprensa, a melhor repórter de rádio do Brasil.

A opinião deste artigo é do articulista e não reflete, necessariamente, a posição da Itatiaia.

Ouvindo...