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‘Técnica e adequada’, avalia Haddad sobre ata do Copom após placar apertado na última reunião

Diretores indicados ao Banco Central pelo presidente Lula (PT) votaram por um corte de 0,5% na Selic; demais diretores, entre eles o presidente, se manifestaram pela redução de 0,25 ponto percentual

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, avaliou positivamente a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, publicada nesta terça-feira (14) pela manhã. Apesar da divisão entre os diretores indicados à instituição pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os demais membros do colegiado, Haddad avaliou que a ata esclarece os argumentos apresentados pelos dois grupos e põe fim à especulação de que exista uma cisão interna no Copom.

"[Essa divisão] se dissipou com a ata, conforme prevíamos. Tinha mais rumor do que verdade. Está tudo tranquilo lá", minimizou. “A ata fala por si. É muito técnica e muito adequada. A ata deixou claro que os argumentos de lado a lado eram pertinentes e defensáveis”, considerou.

Na última quarta-feira (8), o comitê optou por reduzir a velocidade dos cortes feitos nas reuniões anteriores e sacramentou uma diminuição de 0,25 ponto percentual na Selic. Com o novo corte, a taxa básica de juros caiu de 10,75% para 10,5%. Nas seis reuniões que antecederam esse encontro, o grupo composto por nove diretores do Banco Central cortou a Selic em 0,5% a cada 45 dias. Apesar do desejo do Governo Federal de um novo corte nessa ordem, o mercado já esperava que o corte do dia 8 de maio seria de 0,25%.

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O que se viu no placar desse encontro foi uma divisão entre os membros do comitê, que vinham publicando decisões unânimes. Os quatro diretores indicados pelo presidente Lula votaram por um corte de 0,5%. Foram eles: Ailton de Aquino Santos, Gabriel Galípolo, Paulo Picchetti e Rodrigo Alves Teixeira.

Em contrapartida, os outros cinco membros do Copom votaram por um corte mais tímido, de 0,25: Roberto Campos Neto (presidente do Banco Central), Carolina de Assis Barros, Diogo Abry Guillen, Otávio Ribeiro Damaso e Renato Dias de Brito Gomes.

Mercado já projetava desaceleração no ritmo dos cortes da Selic

No último dia 6, antevéspera da reunião do Copom, o mercado indicou que aguardava uma desaceleração no ritmo dos cortes com uma redução de 0,25 ponto percentual, segundo constou no relatório Focus. Aliás, em março, o Banco Central já tinha indicado uma tendência de desaceleração nesse ritmo, contrariando o compromisso inicial de manter novos cortes de 0,5 ponto percentual a cada reunião. A perspectiva do mercado é que 2024 termine com a Selic em 9,63% — ao invés dos 9% esperados no início deste ano.


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Repórter de política em Brasília. Na Itatiaia desde 2021, foi chefe de reportagem do portal e produziu série especial sobre alimentação escolar financiada pela Jeduca. Antes, repórter de Cidades em O Tempo. Formada em jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais.
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