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Tragédia de Mariana: União pede bloqueio de R$ 79,6 bilhões de Samarco, Vale e BHP

‘Já é hora do Estado e da sociedade brasileira receberem uma resposta concreta’, assinala a AGU

Rompimento de barragem deixou 19 mortos

A Advocacia-Geral da União (AGU) ingressou com uma ação na Justiça Federal de Belo Horizonte (MG) pedindo o bloqueio de R$ 79,6 bilhões e a proibição de distribuição de lucros da Samarco, Vale e BHP, empresas responsáveis pelo rompimento da barragem do Fundão, em Mariana, em janeiro de 2015.

Se o bloqueio for insuficiente, a União pede a penhora de ações com cotação em bolsa de valores, bloqueio de bens imóveis, bloqueio da distribuição de lucros e dividendos a acionistas, e a penhora de 5% do faturamento.

O pedido foi apresentado no âmbito da ação civil pública proposta pelo Ministério Público Federal (MPF) em que as três empresas já foram condenadas ao pagamento de R$ 47,6 bilhões em danos morais coletivos — valor que, atualizado, alcança a cifra agora pleiteada pela AGU.

Segundo a União, as medidas são necessárias porque, passados quase nove anos do que é considerado o maior desastre ambiental da história no setor da mineração, “as empresas ainda não foram devidamente responsabilizadas e continuam tratando a reparação da tragédia como apenas mais um caso indenizatório”.

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Ainda de acordo com a AGU, a postura das mineradoras é “inadmissível” diante das “nefastas consequências geradas pelo grave ato ilícito”, que matou 19 pessoas, “devastou a bacia hidrográfica do rio Doce, dizimou a vida aquática da região e acabou com o turismo e subsistência de milhares de pessoas com tamanha gravidade”.

“Já é hora do Estado e da sociedade brasileira receberem uma resposta concreta”, assinala a AGU em trecho do pedido.

“Este não é um processo judicial ordinário, que permite que aguardemos o trânsito em julgado da decisão para que ela tenha efeitos práticos. Não podemos esperar mais uma década. É premente a execução provisória do título, pois o meio ambiente e as pessoas afetadas têm urgência na reparação e as causadoras do dano não podem permanecer em situação de conforto, atuando de forma a procrastinar os processos e a responsabilização pelos efeitos de seus atos”, completa a União no pedido.


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É jornalista formado pela Universidade de Brasília (UnB). Cearense criado na capital federal, tem passagens pelo Poder360, Metrópoles e O Globo. Em São Paulo, foi trainee de O Estado de S. Paulo, produtor do Jornal da Record, da TV Record, e repórter da Consultor Jurídico. Está na Itatiaia desde novembro de 2023.