Ambos foram indiciados por dois crimes: associação criminosa, que prevê pena de 1 a 3 anos; e inserção de dados falsos em sistema de informações, de 2 a 12 anos. Além de Bolsonaro e Cid, outras 15 pessoas também foram indiciadas pela Polícia Federal. São eles:
- Gabriela Santiago Cid (esposa da Mauro Cid)
- Gutemberg Reis de Oliveira, deputado federal (MDB-RJ);
- Luis Marcos dos Reis (sargento do Exército)
- Farley Vinicius Alcântara (médico responsável pelo cartão falso de vacina)
- Eduardo Crespo Alves (militar)
- Ailton Gonçalves Barros (ex-major do Exército)
- Camila Paulino Alves Soares (enfermeira da prefeitura de Duque de Caxias)
- João Carlos de Sousa Brecha (ex- secretário de Governo de Duque de Caxias)
- Marcelo Costa Câmara (assessor especial de Bolsonaro)
- Max Guilherme Machado de Moura (assessor e segurança de Bolsonaro)
- Sergio Rocha Cordeiro (assessor e segurança de Bolsonaro)
- Cláudia Helena Acosta Rodrigues da Silva (servidora de Duque de Caxias)
- Célia Serrano da Silva
- Marcelo Fernandes Holanda
- Paulo Sérgio da Costa Ferreira
De acordo com os indícios coletados pela PF, a suposta falsificação do certificado de vacinação tinha como objetivo viabilizar a entrada nos Estados Unidos de Bolsonaro, de seus familiares, de assessores, além de parentes desses auxiliares, driblando as exigências da imunização obrigatória.
É o que aponta uma investigação conduzida à época pela Controladoria-geral da União, que sustentou parte do inquérito que resultou no indiciamento dos envolvidos.
O esquema teria sido usado para comprovar a vacinação de o ex-presidente Jair Bolsonaro; a filha de Bolsonaro, à época com 12 anos; Mauro Cid a mulher e as três filhas de Mauro Cid.
Dados inseridos no sistema do Ministério da Saúde, que aparecem no cartão de vacinação falsificado, apontam que o ex-presidente teria se vacinado no dia 19 de julho de 2021 na Unidade Básica de Saúde (UBS) Parque Peruche, na zona norte de São Paulo. A CGU, no entanto, constatou que Bolsonaro não estava na capital paulista nessa data e que o lote de vacinação que consta no sistema do Ministério da Saúde não estava disponível naquela data na UBS onde teria ocorrido a imunização.
Segundo registros da Força Aérea Brasileira (FAB), o ex-presidente voou de São Paulo para Brasília um dia antes da suposta vacinação e não fez nenhum outro voo até pelo menos 22 de julho de 2021. Os auditores também tomaram depoimentos de funcionários da UBS, que afirmaram não terem visto Bolsonaro no local na data informada e negaram ter recebido pedidos para registrar a imunização.
Entre as pessoas ouvidas, estava a enfermeira indicada no cartão de vacinação. A funcionária não apenas negou o procedimento, como comprovou, por meio de documentos, não trabalhar mais na UBS na data que consta nos registros do Ministério da Saúde.
Os auditores da CGU também verificaram os livros físicos mantidos pela UBS para registro da vacinação da população e não encontraram a presença do ex-presidente no local em 19 de julho de 2021.