A prefeitura de Belo Horizonte vai começar nesta sexta-feira (28) a plantar 63 árvores na Avenida Carlos Luz, no entorno do Mineirão, na Região da Pampulha. Por questões de segurança para a realização da prova de Stock Car, em agosto, o executivo municipal vai precisar de 63 árvores nas proximidades do Gigante da Pampulha.
Com medida compensatória, 808 novas árvores custeadas pela iniciativa privada serão plantadas por técnicos da prefeitura na região da Pampulha. O executivo afirma que não será feito o plantio de mudas, mas de árvores consideradas jovens com tamanho mínimo de 2,5 metros.
Das 63 árvores que serão cortadas, 55 vão ser cortadas na área externa do estádio, onde será construído o circuito de rua. Como medida compensatória, os organizadores da Stock Car vão arcar com os custos de 688 árvores que serão plantadas pela Superintendência de Desenvolvimento da Capital até 15 agosto, quando começam os preparativos para a corrida em BH.
Tradicionalmente, em outros tipos de intervenções feitas em BH, a prefeitura diz que exige que as medidas compensatórias sejam entregues com a conclusão das obras. No caso da Stock Car, o executivo entrou em acordo com os organizadores e o plantio de todas 688 árvores será concluído antes da realização da competição.
O executivo começou a cortar as árvores nesta quarta-feira. Ativistas e ambientalistas protestaram contra os cortes de árvores. A prefeitura afirma que a comunidade acadêmica e sociedade civil foram ouvidas e ressaltou que quase 200 pessoas foram ouvidas na semana passada durante a reunião do Comam, Conselho do Meio Ambiente da capital mineira. Na reunião, o corte das árvores foi aprovado por 10 votos a 2.
Em uma coletiva realizada nesta quarta, questionado pela Itatiaia se os cortes já poderiam ter começado, o secretário de Meio Ambiente de Belo Horizonte, José Reis, afirmou que a corrida Stock Car se enquadra no quesito ‘evento’ e, por isso, já tem todas as licenças ambientais necessárias.
“Nós temos em Belo Horizonte uma lei específica que é a lei de eventos. O evento, por si só, é esporádico e não se caracteriza como empreendimento. Se fosse um autódromo, um empreendimento fixo, seria outro procedimento, outra forma de licenciamento. O processo ambiental está atendido”, afirmou.
Além das 55 árvores no entorno do estádio, a Minas Arena, gestora do estádio, solicitou o corte de 8 árvores na área da esplanada, onde serão montadas as arquibancadas, camarotes e a estrutura para abrigar as atrações artísticas e gastronômicas. Como medida compensatória para estes cortes na área interna do Mineirão, outras 120 árvores serão custeadas pela empresa e o plantio será feito por técnicos da prefeitura. Com isso, o número final será de 63 cortes de árvores e o plantio de 808 unidades.
O superintendente da Sudecap, Superintendência de Desenvolvimento da Capital, Henrique Castilho diz que o Mineirão foi escolhido como palco do evento por uma questão histórica, já que o local era o palco tradicional de corridas realizadas em BH na década de 1970. Além disso, o executivo local foi escolhido foi uma questão estratégica, já que o estádio tem uma estrutura pronta para receber eventos dessa grandeza.
“O Mineirão vai servir como base de apoio para ter a corrida. Você precisa de ter banheiros para o público, você precisa de ter locais para as reuniões, então, o Mineirão foi a base usada para que tivesse a corrida”, explicou
Segundo a prefeitura, as novas árvores vão ser monitoradas por cinco anos por uma ação conjunta entre a prefeitura e os organizadores da Stock Car. Serviços de capina, poda e roçada serão realizados duas vezes ao ano e serão custeados pelos empresários. Além disso, as árvores serão monitoradas durante este período e relatórios sobre a saúde das árvores serão emitidos semestralmente. Em caso de mortes de árvores, a prefeitura afirma que novas árvores serão plantadas.
O secretário de Meio Ambiente José Reis foi questionado sobre quais espécies de árvores serão plantadas e onde exatamente será feito o plantio. E disse que as decisões serão tomadas com base em estudos técnicos.
“Nossos técnicos estão em campo para determinar qual espécie para cada local”, afirmou o secretário.
O executivo informou que plantou mais de 15 mil árvores na capital no ano passado. Além da autorização do Comam, a prefeitura garantiu que informou sobre os sobre cortes das árvores para o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA) e Fundação Municipal de Cultura.
Prefeitura de BH afirma que Stock Car irá movimentar a economia de BH
A prefeitura de BH afirma que a prova vai injetar 200 milhões de reais na economia da cidade apenas com a edição prevista para ocorrer em agosto deste ano. Nos cinco anos em que a competição será realizada na capital mineira, o executivo estima que R$ 1 bilhão irá circular em BH. Além da prova em si, serão três dias de shows e atrações gastronômicas no complexo que vai abrigar o festival que irá acontecer para receber a Stock Car. Serão gerados cerca de 2 mil empregos, entre diretos e indiretos.
Em entrevista à Itatiaia, CDL-BH, Sebrae Minas e Abrasel confirmaram que setores como serviços, turismo, hotelaria, bares e restaurantes estão otimistas com a realização do evento.
Prefeitura e organizadores da prova afirmam que tratamento acústico será feito no entorno da prova
A prefeitura afirma que como contrapartida será construído pelos organizadores um sistema de tratamento acústico para evitar que os ruídos provocados pelos veículos não incomodem os moradores e os animais que ficam no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Minas Gerais.
Carbono neutro e tecnologia utilizada na Fórmula 1 será utilizada na prova, garantem PBH e organizadores
O executivo garante que a prova terá carbono neutro. Várias medidas serão implantadas para compensar os gases gerados pelos veículos durante os treinos e a prova.
Em caso de acidentes entre os veículos ou vazamentos de óleo, os organizadores vão utilizar a mesma tecnologia utilizada na Fórmula 1 para evitar qualquer tipo de dano ao solo. Questionada, a prefeitura garante que não há possibilidade do óleo escorrer o espelho da lagoa da Pampulha.
Os promotores do evento e a prefeitura garantem que vão respeitar as boas práticas ambientais praticadas internacionalmente pelo automobilismo para conseguir as demais licenças necessárias para realização da corrida em BH.
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