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‘Parece que houve conivência’, diz presidente Lula sobre fuga de detentos em Mossoró

Em agenda na Etiópia, Lula falou pela primeira vez sobre o caso e também defendeu a hipótese de relaxamento; fuga ainda é investigada pelas autoridades

Presidente Lula concedeu entrevista coletiva na Etiópia, no último dia de agenda oficial

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste domingo (18) que é preciso apurar uma possível ‘conivência’ por parte dos agentes penitenciários que estavam de plantão durante a fuga dos dois detentos da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. A afirmação foi feita em coletiva de imprensa na Etiópia, no encerramento da agenda oficial de Lula no país.

“A primeira pessoa que disse que estaria fazendo uma sindicância para apurar se houve participação de alguém que trabalhava no presídio foi o ministro Lewandowski e, por isso, estamos à procura dos presos e esperamos encontrá-los. Queremos saber como esses cidadãos cavaram buraco e ninguém viu. Só faltaram contratar escavadeira”, ironizou o presidente.

Outra hipótese levantada por Lula é de um possível relaxamento na segurança do presídio, já que a fuga ocorreu em meio ao período de Carnaval. A teoria já havia sido levantada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, ao falar sobre o caso nesta semana.

“Não quero acusar, mas teoricamente parece que teve conivência de alguém do sistema lá dentro, mas não posso acusar ninguém, sou obrigado a acreditar que uma investigação que está sendo feita pela polícia local e a Polícia Federal nos indique amanhã ou depois de amanhã o que aconteceu no presídio de Mossoró. É a primeira vez que foge alguém desses presídios. Isso significa que pode ter havido relaxamento e precisamos saber de quem”, pontuou Lula.

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A fuga é investigada por uma sindicância interna do presídio e também pela Polícia Federal. Neste domingo, Lewandowski viaja para o Rio Grande do Norte para acompanhar os trabalhos para recaptura dos presos.

O caso foi revelado na última quarta-feira (14) e é inédito no sistema penitenciário federal. Os dois fugitivos são Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento. Ambos estão ligados à facção criminosa Comando Vermelho, e são considerados de alta periculosidade.

Na sexta (16), Lewandowski disse que centenas de agentes de segurança já foram mobilizados na caçada da dupla. Neste sábado, integrantes de uma família teriam sido feitos reféns por Rogério e Deibson. Após a abordagem, eles teriam levado celulares e comida.

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Supervisor da Rádio Itatiaia em Brasília, atua na cobertura política dos Três Poderes. Mineiro formado pela PUC Minas, já teve passagens como repórter e apresentador por Rádio BandNews FM, Jornal Metro e O Tempo. Vencedor dos prêmios CDL de Jornalismo em 2021 e Amagis 2022 na categoria rádio