O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu cortar 0,5% ponto percentual da taxa básica de juros, e com a redução a Selic caiu de 11,75% para 11,25%, o menor índice em dois anos. A decisão foi publicada nesta quarta-feira (31) após reunião do grupo colegiado de diretorias do Banco Central (BC). O Governo Lula (PT) e aliados têm pressionado por uma aceleração dos cortes na taxa básica de juros, mas, o Copom adota, desde o ano passado, uma postura conservadora em relação à Selic.
Em comunicado publicado após a reunião, o Copom informou que prevê a manutenção do ritmo do corte de 0,5% nas próximas reuniões, mas, alertou que o cenário econômico mundial exige cautela.
Histórico. Em agosto passado, o Copom decidiu promover a primeira redução na Selic após um período de três anos sem cortes na taxa básica de juros. Na ocasião, o índice caiu de 13,75% para 13,25%. Nas reuniões seguintes, que acontecem a cada 45 dias, o comitê manteve o ritmo com cortes de 0,5% por encontro e, em dezembro, o Banco Central do Brasil encerrou o ano com a Selic a 11,75%.
Até que o primeiro corte fosse feito, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sofreu incontáveis ataques de aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por uma redução acentuada da taxa básica de juros em um ímpeto de impulsionar a economia brasileira. Os ânimos se acalmaram após o primeiro corte, mas, o Palácio do Planalto ainda pressiona por um ritmo mais acelerado de cortes.
Trunfo do governo. A reunião deste mês foi a primeira com quatro das nove diretorias do Banco Central com cadeira no Copom ocupadas por indicados por Lula — o que pode ser verificado como um trunfo do petista para pressionar pela aceleração do corte da Selic. Hoje, os quatro indicados de Lula no Copom são: o: Ailton Aquino, da Diretoria de Fiscalização; Gabriel Galípolo, da Diretoria de Política Monetária — e ex-braço-direito de Fernando Haddad no Ministério da Fazenda; Paulo Pichetti, da Diretoria de Assuntos Internacional e Gestão de Riscos Corporativos; e Rodrigo Alves Teixeira, da Diretoria de Administração.
A presença de indicados por Lula deve aumentar em dezembro, quando acabam os mandatos de Campos Neto e dos diretores Caroline de Assis Barros e Otávio Damaso. No caso de Campos Neto, ele pode até ser reconduzido ao cargo por Lula.
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