A Confederação Israelista do Brasil (Conib) reagiu à declaração feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a operação militar de Israel na Faixa de Gaza em resposta às ações do Hamas. Para o governante brasileiro, a resposta de Tel-Aviv é “tão grave” quanto os próprios ataques feitos pelo grupo armado contra o território israelense em 7 de outubro. Para a Conib, a comparação feita por Lula "é equivocada e perigosa”.
“Nessa guerra, depois do ato provocado, e eu digo um rastro de terrorismo do Hamas que provocou um ato, as consequências, a solução do estado de Israel é tão grave quanto foi a do Hamas. Porque estão matando inocentes sem nenhum critério. Joga bomba onde tem crianças, tem hospital, a pretexto de que um terrorista está lá, não tem explicação”, disse o presidente brasileiro durante cerimônia de sanção da nova Lei de Cotas, na segunda-feira (13/11).
Em nota publicada após a declaração de Lula, a entidade representante da comunidade judaica no Brasil afirma que o Hamas se esconde “cínica e covardemente” atrás de mulheres e crianças.
“A fala do presidente Lula equiparando as ações de Israel ao grupo terrorista Hamas é equivocada e perigosa. Desde o começo dessa trágica guerra, provocada pelo mais terrível massacre contra judeus desde o Holocausto, Israel vem fazendo esforços visíveis e comprovados para poupar civis palestinos, pedindo que eles se desloquem para áreas mais seguras, criando corredores humanitários, avisando a população da iminência de ataques. O Hamas, por outro lado, se esconde cínica e covardemente atrás das mulheres e crianças de Gaza. A morte desses civis palestinos é uma arma importante da estratégia do Hamas, uma estratégia que o próprio grupo terrorista reconhece que pratica.”
A Conib diz que a declaração feita por Lula estimula seguidores a terem visões distorcidas e radicalizadas do conflito, e acontece em um momento que as forças de segurança brasileiras atuam para prender integrantes de células terroristas no país.
“Além de equivocadas e injustas, falas como essa do presidente da República são também perigosas. Estimulam entre seus muitos seguidores uma visão distorcida e radicalizada do conflito, no momento em que os próprios órgãos de segurança do governo brasileiro atuam com competência para prender rede terrorista que planejava atentados contra judeus no Brasil.”
Por fim, a Conib diz que a comunidade judaica espera equilíbrio e atuação serena das autoridades brasileiras não importe ao país “o terrível conflito no Oriente Médio”.
Até o momento, os bombardeios já deixaram mais de 11 mil mortos no território palestino. No outro lado da fronteira, foram 1,2 mil mortos desde o início do conflito.