A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras rejeitou o requerimento protocolado pelo deputado Glauber Braga (Psol-RJ) que pedia a convocação de Jair Renan Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), para depor sobre as propagandas feitas por ele para a Myla Metaverse; investigada no âmbito da comissão por fraudes financeiras a partir de criptomoedas.
O início da sessão da CPI desta quarta-feira (30) foi destinado à votação dos 19 requerimentos protocolados à mesa pelos membros da comissão. Cinco acabaram retirados de pauta por solicitação dos próprios autores; entre eles o que sugeria a convocação de Neymar da Silva Santos, pai do atacante Neymar Jr. O autor, deputado Caio Vianna, pediu a retirada de tramitação. Outros 14 requerimentos passaram pela votação dos parlamentares que compõem a CPI. Apenas dois foram rejeitados.
Entre os aprovados está o que determina a convocação de João Ricardo Rangel Mendes, presidente da plataforma de pacotes de viagem e hospedagem Hurb (antigo Hotel Urbano). Em abril deste ano, a empresa foi acusada de expor dados de clientes satisfeitos. Parlamentares também aprovaram que sejam enviados convites a representantes das companhias aéreas Gol, Azul e Latam, com o intuito de ouvi-los sobre o funcionamento da política de preços do setor de aviação. Os convites serão feitos no âmbito da investigação sobre a atuação da 123Milhas, um dos alvos da CPI.
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O que é a CPI das Pirâmides Financeiras?
A CPI das Pirâmides Financeiras investiga fraudes cometidas a partir do uso de criptomoedas. As empresas alvos da ação foram denunciadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e são suspeitas de atrair clientes com a promessa de retornos rápidos e vantajosos. Estrelas estão na mira da comissão, que aprovou, aliás, a condução coercitiva do ex-atacante Ronaldinho Gaúcho e a quebra dos sigilos bancários Cauã Reymond, Marcelo Tas e Tatá Werneck.
A CPI também se propôs a investigar o recente escândalo da 123Milhas. A comissão analisa desde 19 de agosto a possibilidade dos negócios da empresa de viagens serem estruturados como um modelo de pirâmide. O relator Ricardo Silva (PSD-SP) reiterou a hipótese citando o pedido de recuperação judicial protocolado pelo grupo na última terça-feira (29). “Fui informado há pouco sobre o anúncio de recuperação judicial. [Esse anúncio] reforça a nossa tese de que algo muito errado acontecia ali. Não pelo pedido de recuperação judicial, mas pela forma como se deu”, disparou.