A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras aprovou no início da sessão de quarta-feira (30) a convocação de oito sócios e diretores da 123Milhas e de dois grupos ligados à empresa de viagens — HotMilhas e MaxMilhas. As oito pessoas que ocupam ou ocuparam cargos de direção e administração em uma das três ou possuem ações societárias deverão depor à CPI nos próximos dias. Confira a seguir quem são:
Tania Silva Santos Madureira, sócia da HotMilhas;
Cristiane Soares Madureira do Nascimento, administradora da empresa e sócia da 123Milhas;
Carolina Aquino, diretora de desenvolvimento empresarial da 123Milhas;
Marcos Brandão, ex-consultor-executivo e ex-vice-presidente de governança e gestão da 123Milhas;
Daniel Guerra, gerente-sênior de processos e melhoria contínua da 123Milhas.
Roger Duarte, gerente de prevenção a fraudes da 123Milhas;
Mateus Divino, gerente de planejamento, orçamento e controle da 123Milhas.
Max Oliveira, CEO da MaxMilhas.
O requerimento assinado pelo presidente da comissão, deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), não constava na pauta prevista para a reunião deliberativa da CPI das Pirâmides Financeiras. Contudo, os parlamentares decidiram incluí-lo e aprová-lo. Ainda nesta quarta-feira (30), a CPI deverá colocar à votação a quebra dos sigilos bancários de Ramiro Júlio Soares Madureira e Augusto Júlio Soares Madureira, dois dos três sócios à frente da 123Milhas. Eles, aliás, são aguardados para depor às 18h na comissão.
123Milhas: suspensão de emissão de passagens, demissão em massa e recuperação judicial
Grupo mineiro com sede em Belo Horizonte e proprietário da MaxMilhas e da HotMilhas, a 123Milhas suspendeu no último 18 de agosto a emissão de passagens aéreas adquiridos por clientes na linha promocional para os meses entre setembro e dezembro. O anúncio do cancelamento foi o primeiro indicativo público da crise financeira que assola a empresa. Na última segunda-feira (28),
O capítulo mais recente do escândalo ocorreu nessa terça-feira (29), quando o grupo de sócios solicitou
CPI das Pirâmides Financeiras
Os irmãos Ramiro Júlio Soares Madureira e Augusto Júlio Soares Madureira, dois dos três sócios à frente da 123Milhas, eram aguardados para depor à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras nessa terça-feira (29). Eles não compareceram e conseguiram graças a decisão da ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), adiar o depoimento para 18h de quarta-feira (30). O presidente da CPI, deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), afirmou que os sócios da empresa de viagens serão conduzidos coercitivamente se não comparecerem à oitiva marcada.
À ministra Cármen Lúcia, o advogado Eugenio Pacelli afirmou que os irmãos Ramiro e Augusto só souberam da convocação pelas redes sociais, mas, se comprometeram a vir à sessão na quarta-feira. A ausência dos sócios na sessão da CPI das Pirâmides Financeiras ocorre na exata data em que a 123 Milhas protocolou na Justiça de Belo Horizonte um pedido de recuperação judicial.
A CPI analisa desde 19 de agosto a possibilidade dos negócios da 123 Milhas serem estruturados como uma pirâmide financeira. O relator Ricardo Silva (PSD-SP) reiterou a hipótese citando o recente pedido de recuperação judicial do grupo. “Fui informado há pouco sobre o anúncio de recuperação judicial. [Esse anúncio] reforça a nossa tese de que algo muito errado acontecia ali. Não pelo pedido de recuperação judicial, mas pela forma como se deu”, disparou.
Além da CPI das Pirâmides, os ministérios do Turismo e da Justiça e Segurança Pública igualmente se propuseram a investigar a atuação da 123Milhas e o cancelamento dos serviços contratados pelos clientes. O objetivo é garantir a reparação dos danos causados.