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Diretora confirma à CPI que empresa de ônibus opera mesmo sem aval da Prefeitura de BH

BHLeste entrou no consórcio no início do ano, mas ainda não tem carta de anuência da prefeitura para prestar o serviço

Diretora da BHLeste, Esther Gomes prestou depoimento à CPI dos Ônibus sem Qualidade

A BHLeste, empresa que presta serviços de transporte público em Belo Horizonte, confirmou que não tem autorização da prefeitura para operar. A diretora operacional da concessionária, Esther Gomes, confirmou a informação durante depoimento à CPI dos Ônibus sem Qualidade, na Câmara Municipal, nesta quinta-feira (24).

A empresa tem 104 veículos e é responsável por 18% do total de viagens do consórcio BH Leste, um dos vencedores do processo de licitação feito em 2008. A companhia passou a operar em fevereiro deste ano, ao substituir a Viação Torres, que deixou o consórcio.

Esther Gomes disse aos vereadores que não tinha competência, dentro da empresa, para responder a questões administrativas relacionadas à companhia. O diretor responsável pela área estava presente na Câmara, mas não pode ser ouvido já que o requerimento aprovado para oitiva na CPI era direcionado à Esther.

No entanto, pressionada pelos vereadores, ela admitiu a falta de anuência da prefeitura na operação.

“O subsídio é pago por quilômetro rodado por viagens realizadas. A BHLeste está realizando, cumprindo as Ordens de Serviço repassados pela Sumob (...) Ela não tem anuência [da prefeitura para rodar]”, afirmou.

Na última semana, vereadores de Belo Horizonte visitaram a sede da BH Leste e constataram que ela opera, desde o início do ano, sem autorização da Prefeitura de Belo Horizonte. A visita à sede da BH Leste - que integra consórcio homônimo - é parte da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Ônibus sem Qualidade, aberta pela Câmara Municipal.

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A chamada carta de anuência é necessária, uma vez que houve substituição da empresa originalmente constituída em consórcio para prestar o serviço.

A Prefeitura de Belo Horizonte disse que a “prestação de serviços será exigida, conforme contrato, e que o processo está em análise”.

“Os serviços serão obrigatoriamente mantidos, com a garantia da qualidade, sob a responsabilidade do Consórcio, conforme contrato. Além disso, a Sumob [Superintendência de Mobilidade] continuará a fiscalização com decorrentes penalidades cabíveis aplicadas em caso de irregularidades”, afirmou.

Jornalista graduado pela PUC Minas; atua como apresentador, repórter e produtor na Rádio Itatiaia em Belo Horizonte desde 2019; repórter setorista da Câmara Municipal de Belo Horizonte.