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CPI visita empresa de ônibus que opera sem aval da Prefeitura de BH

Vereadores foram até garagem da Viação BH Leste, que opera desde janeiro sem carta de anuência da PBH, que diz que processo está em análise

Vereadores visitaram garagem da empresa BH Leste nesta sexta-feira

Vereadores de Belo Horizonte visitaram, nesta sexta-feira (18), a sede uma empresa de ônibus que presta serviço de transporte público desde o início do ano sem autorização da Prefeitura de Belo Horizonte. A visita à sede da BH Leste - que integra consórcio homônimo - é parte da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Ônibus sem Qualidade, aberta pela Câmara Municipal.

A Viação BH Leste, empresa constituída em janeiro, substituiu a Viação Torres, que era uma das campeãs de reclamação dos usuários.

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No entanto, o que chamou a atenção dos vereadores que estiveram na garagem da empresa é que, de janeiro até agora, a empresa opera sem a carta de anuência da Prefeitura de Belo Horizonte. O documento é necessário - uma vez que houve substituição da empresa originalmente constituída em consórcio para prestar o serviço.

O vereador Bráulio Lara (Novo), que integra a CPI, questiona sobre o processo de transição entre a Viação Torres e a BH Leste.

“Como foi feita a transição da Torres, que era uma empresa que estava totalmente sucateada, que estava com ônibus ruins, defasados, estragando nas ruas, e entra a BH Leste S.A, que ainda apresenta alguns problemas? A prefeitura informa que ainda não havia dado a autorização, mas a empresa já havia pedido uma reconsideração? São perguntas que a CPI está fazendo porque o poder público tem que se explicar. Como é que uma empresa entra e a outra sai? Os serviços precisam ser garantidos”, questiona o vereador.

A vereadora Loíde Gonçalves (Podemos) chamou de “omissão” o fato de a Prefeitura permitir que a empresa atue sem a carta de anuência.

“A prefeitura está sendo omissa quanto a isso, porque uma empresa que já está recebendo subsídio, mas ainda não tem seu contrato aceito é uma omissão da prefeitura. Esse é o nosso papel, de fiscalizar, porque a população sofre todos os dias com ônibus estragados e os horários, que muitas vezes não são cumpridos”, afirmou.

Representantes da Viação BH Leste disseram à Itatiaia que a empresa tem 104 veículos e quase 300 funcionários. Disseram ter a intenção de renovar a frota em 50%, mas aguardam a carta de anuência da prefeitura para terem segurança jurídica para implementar essa e outras melhorias na empresa. Nenhum representante da Viação BH Leste quis gravar entrevista.

Procurada, a Prefeitura de Belo Horizonte disse que a “prestação de serviços será exigida, conforme contrato, e que o processo está em análise”.

“Os serviços serão obrigatoriamente mantidos, com a garantia da qualidade, sob a responsabilidade do Consórcio, conforme contrato. Além disso, a Sumob [Superintendência de Mobilidade] continuará a fiscalização com decorrentes penalidades cabíveis aplicadas em caso de irregularidades”, afirmou.

Mineiro de Urucânia, na Zona da Mata. Mestre em Comunicação pela Universidade Federal de Ouro Preto (2024), mesma instituição onde diplomou-se jornalista (2013). Na Itatiaia desde 2016, faz reportagens diversas, com destaque para Política e Cidades. Comanda o PodTudo, programa de debate aos domingos à noite na Itatiaia.