Ouvindo...

Bolsonaro presta terceiro depoimento à PF em 45 dias; veja o que ele já disse

Ex-presidente presta depoimento sobre investigação que envolve fraude do registro de vacinação contra a covid-19

Bolsonaro prestará depoimento à Polícia Federal pela terceira vez em 45 dias

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) presta um novo depoimento à Polícia Federal, nesta terça-feira (16). A expectativa é de que ele compareça à sede da entidade por volta das 14 horas para dar explicações sobre uma investigação que apura fraude no registro de vacinação contra a covid-19.

O depoimento desta terça está relacionado à Operação Venire, deflagrada pela própria Polícia Federal, e que apreendeu o celular do ex-presidente - alvo de um mandado de busca e apreensão. A operação - que tinha 16 pessoas na mira, incluindo Bolsonaro e a ex-primeira-dama, Michelle - prendeu seis pessoas. Dentre elas, o ex-ajudante de ordens, Mauro Cid.

Veja: Saiba quem é quem na operação que apreendeu celular de Bolsonaro

De acordo com a Polícia Federal, Cid atuou para incluir registros de vacina contra a covid-19 não só para a sua família, como para a de Bolsonaro - incluindo a filha dele, Laura. A PF investiga se a fraude tem relação com a permissão para entrada nos Estados Unidos no fim do ano passado. Bolsonaro negou irregularidades.

Este é o terceiro depoimento de Bolsonaro à PF desde que ele retornou ao Brasil, no dia 30 de março, após passar uma temporada de três meses no país norte-americano.

Caso das joias

No dia 5 de abril, apenas seis dias após desembarcar em Brasília, Bolsonaro prestou depoimento sobre o caso das joias sauditas. Conforme revelou o jornal Estado de S. Paulo, uma comitiva do governo brasileiro, chefiada pelo então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, tentou entrar, ilegalmente, no país, com um pacote de joias avaliadas em R$ 16,5 milhões. Na ocasião, o ministro disse que o kit era um presente para a primeira-dama, Michelle.

As joias foram apreendidas pela Receita Federal e o governo teria feito ao menos oito tentativas para poder liberar as joias. Em seguida, outros dois pacotes com outras joias foram localizadas, inclusive no acervo pessoal de Bolsonaro, e devolvidas ao patrimônio da Presidência da República após determinação do Tribunal de Contas da União (TCU).

No depoimento à Polícia Federal, conforme revelou a CNN, Bolsonaro disse que teria tomado conhecimento sobre o recebimento dos presentes apenas um ano depois que o ministro tentou entrar no país com o pacote de joias. Ele disse, no entanto, não se lembrar quem contou sobre o fato a ele.

Ele também afirmou que a tentativa de liberar as joias nas semanas que antecederam o fim de seu governo para não deixar “pendências” para o governo Lula e, assim, evitar um “vexame diplomático”.

Bolsonaro também disse que não pediu para que as joias retidas fossem incorporadas ao acervo e que não tomou qualquer decisão sobre o assunto.

Vídeo do 8 de janeiro

O segundo depoimento de Bolsonaro à Polícia Federal ocorreu no dia 26 de abril. Na ocasião, ele teve que responder aos agentes sobre um vídeo publicado na rede social, logo após os atos golpistas de 8 de janeiro, em que voltava a lançar dúvidas sobre o resultado do processo eleitoral - no qual foi derrotado por Lula (PT).

Na ocasião, ele disse que o compartilhamento do vídeo foi um “erro” e que ele estava sob efeito de morfina quando fez a publicação no seu perfil no Facebook. De acordo com Bolsonaro, ele queria salvar o vídeo no seu aparelho para visualizar mais tarde, mas acabou publicando “sem querer”. O material foi retirado de sua rede social horas depois.

Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.