Além do ex-presidente Jair Bolsonaro e da ex-primeira-dama
Nesta quarta-feira (3), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou a
Saiba quem é quem na operação Venire
JAIR MESSIAS BOLSONARO
Ex-presidente da República foi alvo de busca e apreensão e teve o celular pessoal apreendido por agentes da Polícia Federal nesta quarta-feira (3). De acordo com a Polícia Federal, uma notícia de fato encaminhada pela Controladoria-Geral da União (CGU) relata a “possível ocorrência de inserção de dados falsos” em nome de Bolsonaro no sistema do Ministério da Saúde.
Conforme os registros, ele teria recebido uma dose da vacina contra covid-19 da Pfizer em 13 de agosto de 2022 no município de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, uma segunda dose, também da Pfizer, em 14 de outubro - em plena campanha eleitoral. As inserções no sistema DataSUS foram feitas no dia 21 de dezembro, depois da derrota de Bolsonaro nas eleições e às vésperas de sua viagem aos Estados Unidos, e retiradas do sistema no dia 27 de dezembro.
MICHELLE DE PAULA FIRMO REINALDO BOLSONARO
Para a Polícia Federal, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro tinha ciência da realização do esquema criminoso para beneficiar a filha, Laura, que viajou com a família para os Estados Unidos no fim de 2022. A vacinação contra a covid-19 é obrigatória para ingresso no país norte-americano.
Os dados de vacinação de Laura dão conta de que ela teria recebido uma dose no dia 24 de julho e uma segunda dose do imunizante no dia 13 de agosto, também em Duque de Caxias. A segunda data coincide com a inserção da primeira dose do seu pai, Jair Bolsonaro.
MAURO CESAR BARBOSA CID
Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid é tenente-coronel do Exército. Ele foi preso temporariamente pela Operação Venire, suspeito de ter arquitetado o esquema. De acordo com a Polícia Federal, ele integra o esquema criminoso desde novembro de 2021 e atuou na confecção de cartões de vacinação e na inserção de dados falsos nos sistemas do Ministério da Saúde.
“MAURO CESAR BARBOSA CID, de acordo com os elementos colhidos até a presente data, iniciou o esquema criminoso, pois necessitava obter o certificado de vacinação contra a Covid-19, para que GABRIELA SANTAIGO CID se passasse por indivíduo imunizado e com isso, pudesse viajar para os Estados Unidos da América, infringindo as medidas sanitárias relacionadas a pandemia do COVID-19, impostas por aquele país”, diz a Polícia Federal.
GABRIELA SANTIAGO RIBEIRO CID
Esposa de Mauro Cid ela teria se beneficiado com a inserção de dados falsos relativos à vacinação contra a covid-19 nos sistemas eletrônicos do Ministério da Saúde. De acordo com a Polícia Federal, Gabriela Cid não só tinha conhecimento do esquema criminoso como tentou ativamente se beneficiar dele e, por isso, é suspeita de cometer os crimes de peculato digital e falsidade ideológica.
Gabriela Cid teria viajado para os Estados Unidos em três oportunidades, quando seria necessário que ela apresentasse o comprovante de vacinação.
LUIS MARCOS DOS REIS
Sargento do Exército, trabalhava na Ajudância de Ordens da Presidência da República à época dos fatos e respondia ao tenente-coronel Mauro Cid. De acordo com a Polícia Federal, o sargento foi acionado por Cid para “obter um cartão de vacinação preenchido com doses da vacina contra a Covid-19 em nome de sua esposa, Gabriela Santiago Cid.
FARLEY VINICIUS ALCANTARA
Sobrinho do sargento do Exército Luis Marcos dos Reis, Farley Vinicius Alcantara é médico e teria sido envolvido no esquema criminoso para conseguir um cartão de vacinação para a esposa do tenente-coronel Mauro Cid na Secretaria de Estado de Saúde de Goiás.
Ele teria utilizado, para isso, um cartão verdadeiro de uma enfermeira que tinha sido efetivamente imunizado na cidade de Cabeceiras, em Goiás. De acordo com a Polícia Federal, o médico usou sua assinatura e número de registro no Conselho Regional de Medicina (CRM) para assinar o cartão, “possivelmente, visando dar aparência de veracidade ao conteúdo ideologicamente falso”.
EDUARDO CRESPO ALVES
Segundo-sargento do Exército, ele também foi acionado pelo tenente-coronel Mauro Cid para inserir informações falsas sobre vacinação contra a covid-19 da sua esposa, Gabriela Cid. De acordo com a Polícia Federal, ele “tentou, por intermédio de terceira pessoa ainda não identificada, inserir os dados falsos nos sistemas do Ministério da Saúde para emissão do certificado vacinal”.
AILTON GONÇALVES MORAES BARROS
Advogado e militar da reserva, ele foi mais uma das pessoas acionadas pelo tenente-coronel Mauro Cid para inserir informações falsas sobre vacinação contra a covid-19 da sua esposa, Gabriela Cid. De acordo com a PF, após dificuldades encontradas por outras pessoas, como Farley Vinicius Alcantara e Eduardo Crespo Alves, Ailton conseguiu incluir as informações falsas no sistema do Ministério da Saúde.
JOÃO CARLOS DE SOUSA BRECHA
Secretário municipal de Governo da prefeitura de Duque de Caxias (RJ), foi o responsável por inserir no sistema do Ministério da Saúde, os dados falsos de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro, bem como de sua filha Laura e de outros investigados na Operação Venire.
MAX GUILHERME MACHADO DE MOURA
Assessor de Jair Bolsonaro, foi designado pelo próprio ex-presidente para fazer parte da sua comitiva que foi aos Estados Unidos antes do término de seu mandato. Foi nomeado para o cargo de assessor de ex-presidente da República no dia 1º de janeiro de 2023.
Conforme os registros do Ministério da Saúde, Max Guilherme teria sido vacinado contra a covid-19 nas mesmas datas e no mesmo local em que constam os registros de Jair Bolsonaro.
SERGIO ROCHA CORDEIRO
Outro assessor de Jair Bolsonaro que foi designado pelo próprio ex-presidente para fazer parte da sua comitiva que foi aos Estados Unidos antes do término de seu mandato.
Conforme os registros do Ministério da Saúde, Sergio Rocha Cordeiro teria sido vacinado contra a covid-19 nas mesmas datas e no mesmo local em que constam os registros de Jair Bolsonaro. De acordo com a CGU, o assessor esteve no Rio de Janeiro em 13 de agosto - suposta data da primeira dose - acompanhando Bolsonaro o dia todo. O ex-presidente participou de uma entrevista na Barra da Tijuca e depois compareceu a um evento religioso até a noite, quando retornou a Brasília.
“Desta forma, não há elementos que indiquem o deslocamento de SERGIO ROCHA até à cidade de Duque de Caxias/RJ para se vacinar na Unidade de Saúde daquele município”, diz a Polícia Federal.
MARCELO COSTA CAMARA
Assessor Especial de Bolsonaro, tinha seu email registrado na conta do próprio ex-presidente na plataforma
CLAUDIA HELENA ACOSTA RODRIGUES DA SILVA
Servidora da Prefeitura de Duque de Caxias, teria sido responsável por excluir dados sobre a vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro e sua filha, Laura, no sistema do Ministério da Saúde, o que foi feito no dia 27 de dezembro, seis dias após a inserção dos dados.
MARCELO FERNANDES DE HOLANDA
De acordo com a Polícia Federal, foi o responsável por acessar o sistema do ConecteSUS e emitir o certificado de vacinação de Gabriela Cid, esposa do tenente-coronel Mauro Cid. Nas investigações, a PF rastreou o endereço de onde foi feito o acesso ao sistema, no bairro da Pavuna, no Rio de Janeiro, onde vive Marcelo.
MARCELLO MORAES SICILIANO
Ex-vereador do Rio de Janeiro, teria sido o responsável por inserir registros falsos relativos ao cartão de vacinação da esposa do tenente-coronel Mauro Cid. A informação foi confirmada pelo advogado e militar da reserva, Ailton Gonçalves Moraes Barros, em troca de mensagens interceptada pela Polícia Federal.
Para realizar o crime, Siciliano teria pedido a Mauro Cid que intermediasse um encontro com o Consul dos Estados Unidos no Brasil para tentar resolver um problema relacionado a um visto de entrada para o país norte-americano, “devido ao envolvimento de seu nome com o caso do assassinato da ex-vereadora Marielle Franco”.
CAMILA PAULINO ALVES SOARES
Servidora da Prefeitura de Duque de Caxias (RJ), teria sido responsável pela inserção de dados falsos sobre a vacinação de Gabriela Cid, esposa do tenente-coronel Mauro Cid, no sistema do Ministério da Saúde.
GUTEMBERG REIS DE OLIVEIRA
Deputado federal pelo PMDB do Rio de Janeiro, teve registros de vacinação contra a covid-19 inseridos de forma fraudulenta no sistema do Ministério da Saúde, de acordo com a Polícia Federal. Conforme as informações, que teriam sido inseridas pela servidora Claudia Helena Acosta Rodrigues da Silva, ele teria sido imunizado em 16 de junho, com a primeira dose, e 18 de novembro, com a segunda dose, ocasião em que estaria em Brasília, conforme a investigação.